O BTG Pactual ($BPAC11) manteve a Petrobras (PETR4) como sua principal recomendação no setor de petróleo e gás, destacando que o foco do mercado na divulgação dos resultados do primeiro trimestre de 2025 (1TRI25) estará no volume de investimentos (capex), mantendo a recomendação de compra. Após a forte reação negativa aos números do quarto trimestre, impulsionada pela alta nos desembolsos de capital, os investidores devem acompanhar se os novos dados indicam uma trajetória mais controlada de capex, sem comprometer os dividendos futuros.
Na prévia dos resultados, o BTG estima que a estatal deve reportar um EBITDA de US$ 11,5 bilhões no 1TRI25, alta de 17% frente ao trimestre anterior e 3% acima do consenso de mercado, impulsionado por crescimento na produção, spreads mais favoráveis no refino e redução de custos operacionais unitários. O fluxo de caixa livre estimado é de US$ 3,5 bilhões, o que pode gerar dividendos de US$ 1,6 bilhão — o equivalente a R$ 0,72 por ação, com yield de 2,3%.
Os dados operacionais divulgados pela Petrobras mostram recuperação da produção doméstica de petróleo, que cresceu 5,5% no trimestre, para 2,2 milhões de barris por dia. Apesar de ainda abaixo da meta anual de 2,3 milhões, o desempenho já indica tendência positiva, com produção em março possivelmente superando esse patamar. A melhora é atribuída à redução nas paradas de manutenção e ao ramp-up de novas plataformas.
Petrobras (PETR4): para BTG, não há preocupação quanto às importações de diesel
No refino, as vendas totalizaram 2,9 milhões de barris por dia, alinhadas com a produção. As importações de diesel dobraram, alcançando 66 mil barris por dia, mesmo com preços abaixo da paridade de importação, reflexo da menor utilização das refinarias — fator que, segundo o BTG, não representa preocupação.
Com a divulgação oficial dos resultados marcada para 12 de maio, o banco acredita que, apesar de um cenário macroeconômico mais difícil, a Petrobras ainda tem espaço para reduzir seus investimentos e melhorar a alavancagem operacional. “Ainda vemos margem para desembolsos menores em 2025”, conclui o relatório.
Veja como foi a prévia operacional
A $PETR4 registrou uma queda de 1% na produção de petróleo no primeiro trimestre deste ano (1TRI25), de acordo com o relatório de produção e vendas dos três primeiros meses do ano. A produção foi de 2,214 milhões de barris por dia (bpd) ante 2,236 milhões bpd do 1TRI24.
A produção de óleo no pré-sal no 1TRI25 foi de 1,853 milhão bpd, 5,3% superior à do trimestre anterior, devido, principalmente, à entrada em produção do FPSO Almirante Tamandaré no campo de Búzios e ao ramp-up do FPSO Marechal Duque de Caxias no campo de Mero. Contribuíram também para esse aumento de produção o início da operação de sete novos poços, sendo cinco na Bacia de Santos e dois na Bacia de Campos.