O banco BTG Pactual (BPAC11) reitera sua recomendação de compra para Banco do Brasil (BBAS3) após a divulgação do balanço da companhia referente ao quarto trimestre do ano (4TRI23). O preço-alvo é de R$ 66.
De acordo com o relatório, o lucro líquido ajustado de R$ 9,44 bilhões veio acima do consenso e em linha com a estimativa BTG. De acordo com relatório, o trimestre em si teve algumas partes importantes, com fortes resultados de tesouraria do banco Patagônia compensados por um grande aumento nas provisões para crédito (o banco decidiu antecipar algumas provisões relacionadas aos seus empréstimos pessoa jurídica).
O lucro ajustado do acumulado de 2023 foi de R$ 35,6 bilhões (ROE de 21%), um aumento de 11,4% ano a ano. Por sua vez, o guidance para 2024 indicou um lucro líquido de R$ 37 bilhões a R$ 40 bilhões, que em seu ponto médio (R$ 38,5 bilhões) está 3% acima do consenso e implica um crescimento anual de 8%.
“O conselho de administração também aprovou um payout maior em 2024, de 40% para 45%. Em suma, isto implica um P/L em 2024 de 4,3x, ROE de 21% e um dividend yield de 10,4%. Reiteramos a nossa compra”, diz o BTG.

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Banco do Brasil (BBAS3): retorno a ser capturado
O relatório do BTG indica que, com um rendimento de dividendos de aproximadamente 10% e 4,3x P/L 24E, ainda acredita que ainda há algum retorno para ser capturado, apesar do fraco desempenho do BBAS3 em relação aos pares privados no final do ano passado, devido a preocupações relacionadas ao banco Patagônia (desvalorização do peso argentino) e crédito rural (questões de safra/seca), abrindo uma janela de oportunidade para os investidores adicionarem a ação.
“Com base em conversas com investidores, a maioria considerava o lucro por ação estável ou mesmo um declínio a/a em 2024, o que agora parece improvável (as estimativas oficiais sugerem 8%). Também enxergávamos boas perspectivas de mudança para payout mais alto. Desde então, incluímos o BB em nosso portfólio 10SIM em dezembro, janeiro e fevereiro, e o BBAS3 subiu 16% (desde 19 de novembro), superando seus pares por uma ampla margem”, diz o relatório.
Embora os lucros ajustados tenham sido idênticos ao que foi modelado pela instituição de investimentos, não foi um trimestre considerado super limpo. A margem financeira acima do esperado foi impulsionada principalmente por um efeito pontual relacionado ao Banco Patagônia, e houve também uma grande contribuiçãoconsiderada positiva de “outras receitas”, que são anormalmente elevadas, parcialmente compensada por maiores despesas recorrentes.
“Como resultado, o lucro pré-imposto (que reflete melhor o “poder de geração de lucro”) foi 9% abaixo do que o esperado (estável no trimestre e -8% a/a). Por fim, a alíquota de imposto ficou abaixo do esperado (11% vs. nossos, 21%, 18% no 3TRI23 e 24% no 4TRI22), também devido a ganhos anormais da Patagônia, ajudando nos resultados financeiros”, diz outro trecho do relatório.
Carteira de crédito
Embora a carteira de crédito tenha crescido 3% frente o 3TRI23 e 9% ante o 4TRI22, impulsionada principalmente por pessoa jurídica, rurais e pessoa física, a margem financeira com o cliente se reduziu 2% tri/tri ( 4% a/a) para R$ 20,2 bilhões, pressionado por menos dias úteis e menor custo de captação.
“Entretanto, esse aumento tri/tri da margem financeira com o do mercado ( 168% a/a) para R$ 3,1 bilhões, foi mais do que compensado já que os resultados do Banco Patagônia foram impulsionados por títulos indexados ao dólar americano. O quarto trimestre apresentou forte desvalorização do peso argentino em relação ao dólar norte-americano. Consequentemente, a margem financeira contábil total ficou ligeiramente acima do esperado, atingindo R$ 26,6 bilhões ( 4% tri/tri e 14% a/a), embora impulsionado principalmente por um efeito pontual”, considerou o relatório.
Balanço do 4TRI23
O BB registrou lucro líquido ajustado de R$ 9,4 bilhões no 4TRI23, uma alta de 4,8% frente o mesmo período do ano passado, que havia sido de R$ 9,012 bilhões no 4TRI22.
No acumulado do ano, o banco reportou lucro líquido de R$ 35,6 bilhões, o que representa um RSPL (retorno sobre patrimônio líquido) de 21,6% e um crescimento de 11,4% em relação a 2022.
A carteira de crédito ampliada atingiu saldo de R$ 1,1 trilhão no total do ano passado, crescimento de 10,3% frente a 2022, segundo relatório do Banco do Brasil (BBAS3).