O BTG (BPAC11) recomenda compra para Petrobras (PETR4) após a divulgação do plano estratégico da petroleira, com preço-alvo estabelecido em R$ 39.
Segundo o relatório, o novo plano de cinco anos da Petrobras marca uma mudança estratégica, enfatizando o crescimento (também via fusões e aquisições) além de seu principal negócio, após anos de desinvestimentos e foco no segmento de exploração e produção.
“Na nossa opinião, esta estratégia não parece a ideal para a criação de valor no longo prazo, uma vez que, historicamente, a diversificação de atividades da empresa muitas vezes não conseguiu produzir retornos adequados”, afirmou o documento.
Contudo, o plano não parece minar os aspectos-chave da perspectiva ainda otimista em relação à tese de investimento. A empresa transformou-se significativamente nos últimos 9 anos, com foco na desalavancagem, segmento de E&P representando 80% do seu EBITDA, e reduzindo os custos de extração para US$ 7,5/barril.
O banco de investimentos ressaltou ainda que, desde o início do ano, observou mudanças em quase todos os principais pilares da tese de investimento de Petrobras. A empresa modificou sua política de preços de combustíveis, reduziu o pagamento de dividendos (de 60% para 45% do fluxo de caixa menos capex), propôs a criação de reservas de capital (permitindo maior retenção de lucros) e, agora, aumentou seu limite de investimento.
“Continuamos a ver estes pontos como movimentos na ‘direção errada’, começando potencialmente a diminuir a eficiência da empresa e aumentar o seu custo caixa de equilíbrio. Entretanto, ainda existem razões para acreditar que a empresa irá gerar mais caixa do que o mercado espera, impulsionada por uma produção superior ao esperado, investimentos mais baixos e mecanismos robustos de governança corporativa”, diz parte do relatório.
Além disso, aponta ainda que, mesmo que algumas fusões e aquisições sejam realizadas, não acredita que comprometam a capacidade da empresa de distribuir dividendos atraentes. Enquanto a dinâmica persistir, a Petrobras continuará a ser uma atraente história de geração de dividendos. Planejamos em breve incorporar o plano estratégico em nossas estimativas.
Petrobras (PETR4): veja as principais mudanças no novo plano
O banco elencou algumas mudanças no novo planejamento. O investimento total de 5 anos aumentou 31% para US$ 102 bilhões (anteriormente US$ 78 bilhões), agora dividido entre um portfólio já “em implementação” (US$ 91 bilhões) e outro “em avaliação” (US$ 11 bilhões). Excluindo este último, que inclui potenciais fusões e aquisições, os investimentos teriam aumentado “apenas” 17%.
A curva de produção de 2024 a 2027 mostra uma diminuição média de 0,7% a/a (uma decepção), com os números de 2025 em diante ficando aquém do plano anterior. O CAGR de produção nos próximos 5 anos é de 2,7%.
Focando apenas nos investimentos de curto prazo “em implementação”, o investimento para 2024 e 2025 aumentou para US$ 18,5 bilhões e US$ 21 bilhões, respectivamente, acima dos US$ 18 bilhões em ambos os anos anteriores.
E&P representa agora 80% (contra 78% em 2022) do plano de investimento (ou 72% quando se considera os investimentos em avaliação). Os investimentos em projetos de baixo carbono (em todos os segmentos) aumentaram para 11,5 mil milhões de dólares (contra 4,4 mil milhões de dólares).
Por fim, a curva média do preço do petróleo aumentou 6%, com os preços do Brent em 2024 a 80 dólares/barril e em 2025 a US$ 78/barril.
Investimento orgânico
O banco informa ainda que o crescimento de 17% do investimento em implementação explica parcialmente a inflação e a reinclusão de ativos anteriormente destinados a desinvestimento. “No entanto, procuramos compreender melhor porque é que o aumento do investimento em E&P (até 20% entre 2024-27) não se traduziu numa curva de produção mais elevada. Contrariamente, a produção no mesmo período permaneceu relativamente estável”, relatou o BTG.
Parte disto pode provavelmente ser atribuído ao fato de a empresa assumir preços do petróleo mais elevados, aumentando assim a participação do governo nos lucros em alguns campos. No entanto, isto por si só não explica totalmente a tendência, uma vez que a produção da empresa também não cresceu.
Plano estratégico da Petrobras (PETR4)
A plano estratégico da Petrobras (PETR4) foi divulgado para o quinquênio 2024-2028, prevendo investimentos de US$ 102 bilhões nos próximos cinco anos. De acordo com a petroleira, o planejamento foi aprovado pelo conselho de administração.
O Plano 2024-28 busca preparar a Petrobras para o futuro e fortalecer a companhia iniciando um processo de integração de fontes energéticas essencial para uma transição energética. “Nesse contexto, o novo Plano será implementado com atenção total às pessoas, à segurança e com respeito ao meio ambiente, perpetuando valor para as gerações futuras, com foco na disciplina de capital e no compromisso de manter o endividamento da companhia sob controle”, informo trecho do comunicado da companhia.
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