O BTG Pactual (BPAC11) mantém recomendação de compra para Embraer (EMBR3), com preço-alvo de R$ 94, após a empresa brasileira ir à Polônia assinar um acordo com a Instituto de Aviação Łukasiewicz (ILOT), renomado instituto de pesquisa do país europeu.
A EMBR3 e a ILOT assinaram um acordo para trabalhar em conjunto no desenvolvimento de novas tecnologias e materiais para aeronaves. O Memorando de Entendimento (MoU) foi assinado em Varsóvia por Sylwester Wyka, Diretor Interino do Instituto de Aviação Łukasiewicz, e Francisco Gomes Neto, Presidente e CEO da Embraer.
“A impressão é que este plano de investimentos representa um grande esforço da Embraer para garantir o pedido da carta de intenção da Airlines para as aeronaves E2 e promover o KC-390. O fato de o CEO da divisão de aviação comercial da empresa ter elogiado a companhia aérea reforça essa percepção”, avaliou o BTG após o anúncio do acordo.
Embraer (EMBR3): sinalização a poloneses
O banco de investimentos avaliou ainda que o anúncio desta terça-feira (11) é considerado uma sinalização forte para convencer os stakeholders poloneses envolvidos no processo de concorrência.
“Ainda precisamos entender a divisão dos investimentos por componente e quanto desse montante será de responsabilidade da Embraer, que parece estar utilizando o projeto como uma ferramenta institucional para atrair pedidos — uma condição potencialmente essencial para viabilizar o acordo. Assim, a licitação envolvendo a carta de intenção e o governo polonês continua em andamento”, diz outro trecho do relatório.
De acordo com o documento do BTG, nesta semana, o CEO e uma equipe sênior estão no país para engajar parceiros nas áreas de manufatura, montagem final, manutenção, P&D e eVTOL. Essas iniciativas podem gerar US$ 3 bilhões para a Polônia na próxima década e criar até 5 mil empregos. A Embraer busca parceiros para a fabricação de componentes e uma possível linha de montagem final do KC-390 Millennium.
Com pedidos de países europeus e da OTAN, a empresa possivelmente estaria vendo a Polônia como um parceiro estratégico para o desenvolvimento de equipamentos militares avançados, com potencial de gerar US$ 1 bilhão e 600 empregos.
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Aviação comercial
Mas os planos podem incluir ainda uma entrada na aviação comercial. O BTG cita que a Embraer está expandindo sua produção e fortalecendo sua cadeia de suprimentos na Polônia, tendo recentemente concluído um roadshow para atrair novos fornecedores.
“A indústria polonesa tem um papel fundamental no programa E2, com assentos fabricados em Świebodzin, unidades auxiliares de potência em Rzeszów e componentes essenciais de motores em Kalisz. Essas atividades suportam 1,35 mil empregos e devem gerar US$ 30 milhões em bens e serviços em 2024”, diz o documento.
Os próximos projetos incluem uma instalação para revisão de trens de pouso de jatos E2 e a conversão de aeronaves para cargueiros. Essas iniciativas podem resultar em mais de US$ 2 bilhões em investimentos e mais de 4,4 mil empregos na próxima década. Com 30% da produção do E2 na União Europeia — asas em Portugal e componentes na França, Alemanha, Áustria, Espanha e Bélgica —, a Embraer mantém uma presença sólida no continente. Além disso, está oferecendo à Polônia o KC-390 Millennium, uma aeronave de transporte militar totalmente interoperável com a Organização do Tratado do Atlântico Norte – OTAN.
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