Assista a Money Week
Compartilhar no LinkedinCompartilhar no FacebookCompartilhar no TelegramCompartilhar no TwitterCompartilhar no WhatsApp
Compartilhar
Home
Ações
Notícias
BlackRock mantém otimismo com Brasil, apesar das tarifas, com foco em data centers

BlackRock mantém otimismo com Brasil, apesar das tarifas, com foco em data centers

A BlackRock, maior gestora de ativos do mundo, segue confiante no potencial do Brasil, mesmo após a imposição de tarifas de 50% sobre itens brasileiros pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. Segundo a gestora, o protagonismo global da Inteligência Artificial (IA) coloca o país em posição privilegiada para atrair investimentos estratégicos nos próximos anos.

Axel Christensen, estrategista-chefe de investimentos para a América Latina da BlackRock, afirmou em entrevista ao portal E-Investidor que o Brasil reúne condições favoráveis para se tornar um dos principais destinos para a instalação de data centers — infraestrutura essencial para o avanço da IA. O executivo destaca ainda que a transição energética e a abundância de recursos naturais no País aumentam seu potencial de relevância global.

“Muitas empresas de tecnologia decidiram usar energia renovável para abastecer os novos data centers, e o Brasil tem várias condições para isso”, disse Christensen. Além da capacidade de geração limpa, os minerais críticos e as terras raras presentes no território nacional são considerados estratégicos para o desenvolvimento de novas tecnologias e para o processo de transição energética.

Esses minerais críticos já despertaram o interesse dos Estados Unidos e foram citados por representantes do comércio norte-americano como pontos-chave em negociações sobre tarifas aplicadas a produtos brasileiros.

BlackRock mantém otimismo com Brasil: Eleições estão em segundo plano

Apesar das incertezas políticas, a BlackRock afirma que as eleições presidenciais de 2026 no Brasil não serão determinantes para suas decisões de alocação.

Publicidade
Publicidade

“A história dos investimentos em mercados emergentes é feita de ajustes a mudanças políticas. O Brasil não é exceção”, reforça Christensen.

O estrategista reconhece que a escolha do próximo governante terá impacto na forma como o país conduzirá sua economia, mas garante que a visão de longo prazo da gestora para o Brasil permanece positiva.

“Sempre ajustamos nossas estratégias de acordo com o cenário. Se o governo priorizar crescimento econômico, nos adaptamos a isso; se for indústria local, também. O importante é manter a flexibilidade.”

Tensões comerciais e diversificação

Sobre os efeitos das tarifas impostas pelos EUA, Christensen pondera que a desvalorização do real frente ao dólar pode pressionar a inflação e dificultar a tarefa do Banco Central de reduzir os juros. No entanto, avalia que a diversificação da pauta de exportações brasileira, com forte presença da Ásia e avanços nas negociações com a União Europeia, dá maior resiliência ao País em comparação a outros mercados emergentes, como o México, que dependem mais da economia americana.

Oportunidades em infraestrutura

Embora não detalhe posições específicas em ações brasileiras, a BlackRock aponta que o setor de infraestrutura se destaca como uma das maiores oportunidades de investimento. Isso porque a expansão de data centers e a exploração de minerais críticos exigem novas soluções em energia, transporte e logística.

“Para desenvolver energia renovável que abasteça data centers, é preciso investir na geração e distribuição dessa energia. No caso da produção de materiais críticos, é necessário investir em transportes, ferroviário e rodoviário. O Brasil tem grande potencial nesse campo”, conclui Christensen.