O apagão da Enel continua dando prejuízos. O prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes, pediu à Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) que cancele o contrato de concessão da companhia distribuidora da capital paulista.
A companhia de energia é responsável pela concessão de distribuição de outros 23 municípios paulistas, além da capital. O prefeito explicou ao site Uol que além do apagão de 3 de novembro, que durou várias horas, tem algumas discordâncias com a companhia, como por exemplo cinco unidades básicas de saúde (UBS) que ainda aguardam a instalação do fornecimento de energia elétrica e, por esse motivo, de acordo com o prefeito, não podem ser inauguradas.
Além de ter feito o pedido junto à agência reguladora federal, Nunes acionou também o Procon contra a companhia por conta dos prejuízos causados à cidade durante o apagão do dia 3 de novembro.
Apagão da Enel: presidente da empresa fala por sete horas à CPI
Enquanto isso, o presidente da distribuidora, Max Xavier Lins, afirmou na terça (14) que o fornecimento de energia elétrica ao consumidor paulista “melhorou estatisticamente” desde que a multinacional italiana adquiriu o controle acionário da antiga Eletropaulo, em 2018. Ele deu a declaração em depoimento de mais de sete horas à Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) na Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp) que investiga as causas do apagão.
Mesmo tendo uma decisão judicial que lhe garantia o direito ao silêncio, Lins respondeu a todas as perguntas feitas por deputados e prefeitos presentes na reunião da CPI da Enel.
Segundo o executivo, até o ano passado, a Enel já havia investido R$ 6,7 bilhões, sobretudo na automação da rede que possui 43 mil quilômetros de extensão. O investimento, segundo ele, superou o lucro líquido da empresa, acumulado em R$ 4 bilhões no mesmo período.
“Estamos investindo muito mais que 50% daquilo que ela (a Enel) lucrou. Em função desse investimento, os indicadores de confiabilidade e qualidade de energia elétrica melhoraram objetivamente”, completou.
Nesse ponto, o presidente da Enel recorreu a dois medidores auferidos pela Aneel: a Duração e a Frequência equivalentes de interrupção por consumidor – DEC e FEC, respectivamente.
Ele explicou que o DEC significa o tempo médio que um cliente fica sem energia elétrica durante o ano; enquanto o FEC é a quantidade média de vezes em que isso acontece. “Em 2017, o DEC era de 11,7 horas. Fechamos 2022 com 6,36 horas. O número do FEC era de 6,5 vezes. Fechamos (em) 3,3 vezes”, comparou Lins em seu depoimento sobre o apagão da Enel.