Após seis meses da revelação de um rombo de R$ 20 bilhões em dívidas não registradas em balanços, a situação na Lojas Americanas (AMER3) segue longe de uma solução, com o valor da empresa reduzido a cerca de R$ 1 bilhão, as ações estagnadas num patamar pouco acima de R$ 1 e um processo de reestruturação que ainda causa muitas dúvidas em credores e no mercado como um todo.
Num primeiro momento, as ações chegaram a atrair investidores de risco com a aposta de que uma recuperação poderia começar em breve, mas a situação ainda está no campo das expectativas.
No começo da semana, a empresa recebeu da Justiça a prorrogação por mais 180 dias do “stay period”, período durante o qual estão suspensas ações e execuções contra a empresa em recuperação judicial. Os advogados da Americanas alegaram que ainda não haviam conseguido “promover a deliberação do plano de recuperação judicial”.
O plano só será votado em agosto, mas já recebeu críticas de alguns credores. Analistas apontam que a empresa não conseguirá sobreviver sem um aporte de capital dos acionistas de referência, os executivos Jorge Paulo Lemann, Marcel Telles e Carlos Alberto Sicupira, ou com a realização de novos empréstimos.
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Americanas (AMER3): caso em investigação
O assunto está em análise pela CVM (Comissão de Valores Mobiliários) e também é alvo de uma investigação por CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito), que deve ser retomada em agosto, após o recesso parlamentar. As sessões que seriam realizadas na semana passada com empresas de auditoria ligadas à empresa foram suspensas por causa da pressa na votação da reforma tributária.
Enquanto a situação não se esclarece, as lojas seguem funcionando, com mais de 1.800 unidades em operação em todo o país – 38 delas foram fechadas desde o início da crise – e queda nas operações de vendas online, tanto nas lojas próprias quanto nos market places.
A Americanas está com balanços atrasados – o último entregue foi o do terceiro trimestre de 2022 – e nenhuma casa de análise recomenda a compra das ações, que perderam mais de 70% do valor em 12 de janeiro, dia seguinte à divulgação do fato relevante que informava “inconsistências contábeis” nos balanços. Depois de seis meses, ainda parece haver mais perguntas do que respostas sobre o futuro da empresa.

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