A Comissão de Valores Mobiliários (CVM) concluiu nesta terça-feira (3) o julgamento envolvendo Sérgio Rial, ex-presidente da Americanas (AMER3), e João Guerra, ex-diretor de Relações com Investidores (RI) da empresa. A decisão tratou da responsabilidade dos executivos na divulgação de fatos relevantes, divulgados em 11 de janeiro de 2023, relacionados às inconsistências contábeis que culminaram na crise da companhia.
Rial foi absolvido devido a um empate no voto do colegiado da CVM, situação em que, por regra, o julgamento favorece o acusado. Já João Guerra foi condenado ao pagamento de uma multa de R$ 340 mil por falhas na comunicação de informações relevantes ao mercado.
O processo investigava possíveis omissões na divulgação de fatos que deveriam ter sido informados de maneira clara e tempestiva aos acionistas e investidores. A crise na Americanas, marcada pela descoberta de um rombo bilionário em suas contas, gerou impactos significativos na confiança do mercado e na reputação da empresa.
AMER3: inconsistências levaram à descoberta de fraude
A divulgação das chamadas “inconsistências contábeis” levaram, mais tarde, à confirmação da prática de fraude contábil na companhia, que encobriu bilhões de reais em rombos. Após a divulgação do fato relevante de 11 de janeiro de 2023, a $AMER3 entrou em recuperação judicial.
Em novembro, quase dois anos após a descoberta da fraude, a varejista reportou um lucro líquido de R$ 10,3 bilhões no terceiro trimestre (3TRI24), revertendo o prejuízo de R$ 1,6 bilhão registrado no mesmo período do ano anterior.
A receita líquida foi de R$ 3,2 bilhões, apresentando um crescimento de 0,6% em comparação ao mesmo período do ano passado. O lucro bruto da empresa foi de R$ 1,03 bilhão, com uma margem bruta de 32,4%, superior em 2,6 pontos percentuais em relação ao terceiro trimestre de 2023. Esse aumento demonstra uma melhoria na eficiência operacional e na rentabilidade das vendas.
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