Na quarta-feira (1), a agência de classificação de risco Moody’s anunciou uma mudança significativa na perspectiva da nota de crédito do Brasil, alterando-a de “estável” para “positiva”.
A decisão mantém o rating do país em “Ba2”, uma avaliação dentro da categoria de “grau especulativo”. A Moody’s, que vem monitorando o Brasil desde 2016, manteve a nota inalterada desde então, após a perda do selo de bom pagador.
Embora essa mudança na perspectiva não restitua imediatamente o grau de investimento ao Brasil, ela sinaliza uma tendência positiva. A agência considera que um crescimento econômico mais robusto combinado com um progresso gradual na consolidação fiscal pode estabilizar o peso da dívida brasileira.
A Moody’s destacou a surpreendente recuperação da economia nos últimos dois anos, com previsões otimistas para 2024 e 2025, apontando um crescimento médio de 2% ao ano, significativamente maior do que a média anual de -0,5% observada entre 2015 e 2019.
Nota de crédito do Brasil: fiscal é desafio
Entretanto, a agência ressaltou que há desafios significativos relacionados à política fiscal que precisam ser superados para que o Brasil recupere o grau de investimento. O endividamento elevado e a fraca capacidade de pagamento da dívida foram citados como preocupações que impactam na manutenção do rating.
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, manifestou na rede social X (ex-Twitter) otimismo com o anúncio da Moody’s, destacando o trabalho conjunto dos três poderes e a recuperação da credibilidade econômica, social e ambiental do Brasil. Ele ressaltou a importância de continuar avançando para enfrentar os desafios econômicos e fortalecer a posição do país nos mercados internacionais.
A Moody’s acompanhou as outras agências de risco ao reconhecer a mudança para melhor das nossas perspectivas econômicas. Isso tem a ver com o trabalho conjunto dos três poderes, que colocaram os interesses do país acima de divergências superáveis. Mesmo com a deterioração…
— Fernando Haddad (@Haddad_Fernando) May 1, 2024
A Moody’s reforçou que as futuras ações do governo, incluindo avanços na consolidação fiscal e a melhora dos indicadores econômicos, serão determinantes para futuros ajustes na nota de crédito do Brasil.