O BTG (BPAC11) espera que o forte desempenho de primeira linha seja mais uma vez o principal destaque dos resultados trimestrais da Ambev (ABEV3).
A receita consolidada deve crescer, segundo os analistas, 32% a/a para R$ 15,4 bilhões.
Os volumes devem crescer dois dígitos em todas as unidades, exceto no Canadá, e permanecem acima do 2TRI19.
No Brasil, o balanço positivo de participação de mercado, sustentado por uma execução comercial pós-pandêmica assertiva, “novas” formas de consumo e uma competição difícil, devem levar a um crescimento de volume de 11% a/a (+ 9% vs. 2T19).
A pressão de margem sobre Ambev deve aumentar
Apesar dos volumes mais fortes, o BTG continua esperando que as margens da Ambev permaneçam sob pressão.
No Brasil, os analistas modelam um crescimento impulsionado pelo transporte de aumentos de preços anteriores, base de desconto a/a inferior e um mix de melhoras, mas o BTG ainda espera que a margem Ebitda atinja o mínimo histórico de 23%, o que também deve ser a mais fraca do ano.
Pressões de custo combinadas com o retorno dos investimentos de marketing e as provisões de bônus também devem evitar uma recuperação mais forte da margem em outros locais, resultando em um declínio da margem EBITDA consolidada de 80 bps ano/ano para 28%.
Assim, o EBITDA da Ambev, segundo o BTG, deve atingir R$ 4,3 bilhões (+ 29% a/a; -8% contra 2T19). A modelagem para ganhos é de R$ 1,9 bilhão.
Estrutural ou conjuntural?
“Acreditamos que os volumes e as margens novamente puxando em direções opostas têm sido muito esperados para o trimestre, ainda mais depois da surpresa bastante positiva do 1TRI21”, diz o BTG.
Então a grande questão continua a ser como ambos irão evoluir no 2S21 com o início de competições mais difíceis e o que parece ter sido questões circunstanciais começam a desaparecer, diz o BTG.
“Nós continuamos a ver riscos para o ímpeto da indústria de cerveja com base em altas taxas de desemprego e elevada inflação de alimentos”, diz o BTG. “A competição é outro risco para a Ambev à medida que as restrições da cadeia de suprimentos se normalizam, nos fazendo pensar se o poder de precificação construído desde o 3T20 permanecerá”, afirma a análise.
Negociando a 23x P / 2022E (11% acima das avaliações históricas), as ações da Ambev não parecem baratas para o BTG, “mas o prêmio para os pares globais permanece em linha com o histórico após uma reclassificação dos produtos básicos globais”.
Assim, o BTG permanece neutro para o ativo. Preço teto de R$ 16.