Em carta enviada ao Conselho Monetário Nacional (CMN), o Banco Central (BC) justificou os motivos para o descumprimento da meta da inflação em 2021.
Dentre os motivos para alta inflacionária, o banco destacou a alta de commodities e desequilíbrios entre demanda e oferta de insumos, e gargalos nas cadeias produtivas globais.
De acordo com a carta, as pressões sobre os preços de commodities e nas cadeias produtivas globais refletem as mudanças no padrão de consumo causadas pela pandemia, com parcela proporcionalmente maior da demanda direcionada para bens e impulsionada por políticas expansionistas.
O BC também disse que a bandeira de escassez hídrica é outro fator que levou IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo) a superar teto da meta. O índice oficial de inflação do país encerrou 2021 a 10,06%, resultado bem acima do teto da meta de 3,75%.
Esta foi a sexta vez desde a criação do sistema de metas para a inflação, em 1999, que um presidente do Banco Central teve que justificar o estouro da meta da inflação.
Projeções
Segundo a carta, BC tem calibrado a taxa básica de juros, e continuará a fazê-lo, com vistas ao cumprimento das metas para a inflação estabelecidas pelo CMN.
O BC disse que o Copom irá perseverar em sua meta até que se consolide processo de desinflação e até que haja ancoragem de expectativas.
O Banco Central repete comunicado e Ata do Copom, sinalizando nova alta de 1,5 pp da Selic em fevereiro.
As Projeções do BC indicam trajetória de queda da inflação no início de 2022. Segundo BC, a inflação de 2022 deve terminar em patamar bem inferior ao de 2021.