As vendas do varejo americano caíram 0,3% em maio, na margem, ante consenso de 0,1%, informou o Census Bureau na manhã desta quarta-feira (15).
O levantamento mostra, ainda, que as vendas de abril foram revisadas de 0,9% para 0,7%, e o índice de atividade industrial Empire State recuou 1,2 pontos em junho, sendo que a previsão era que o índice ficasse estável, em zero pontos.
De acordo com a Bloomberg, as vendas no varejo dos EUA caíram em maio pela primeira vez em cinco meses, restringidas por uma queda nas compras de veículos e outros itens caros, sugerindo moderação na demanda por bens.
- Tenha acesso ao e-book melhores investimentos 2022

Vendas do varejo dos EUA
Ainda de acordo com a Bloomberg, o valor caiu 0,3% após um ganho de 0,7% revisado de 0,9% em abril. Também disse que excluindo veículos, as vendas subiram 0,5% no mês passado.
Já as vendas de automóveis caíram 3,5% em maio, reforçando os dados do Ward’s Automotive Group, que mostraram que as vendas caíram mais desde agosto no mês.
Enquanto isso, os gastos em postos de gasolina aumentaram 4%, refletindo subida dos combustíveis no mês. Excluindo essas categorias, as vendas no varejo subiram 0,1%, o menor ganho em cinco meses.
- Confira aqui como um assessor de investimentos pode te ajudar em 2022!
O relatório
Conforme o relatório do Census Bureau, estimativas antecipadas das vendas de varejo e serviços de alimentação dos EUA para maio de 2022, ajustadas para variação sazonal e diferenças de feriados e dias de negociação, mas não para mudanças de preços, foram de US$ 672,9 bilhões.
Já as vendas para o período de março de 2022 a maio de 2022 aumentaram 7,7% em relação ao mesmo período de um ano atrás. A variação percentual de março de 2022 a abril de 2022 foi revisada de 0,9% para cima para até 0,7%.
As vendas do comércio varejista caíram 0,4% em relação a abril de 2022, mas aumentaram 6,9% acima do ano passado.
Os postos de gasolina aumentaram 43,2% em relação a maio de 2021, enquanto os alimentos serviços e locais para beber aumentaram 17,5% em relação ao ano passado.
Tá, e daí?
De acordo com o BTG Pactual (BPAC11), as vendas do comércio varejista americano, proxy do consumo dos bens (PCE bens), vieram abaixo do esperado (-0,3%), quebrando a sequência de leituras positivas registradas nos primeiros quatro meses do ano.
“A leitura setorial foi heterogênea, com queda em 6 dos 12 segmentos pesquisados. Como força baixista destacamos a queda de 3,5% no grupo de Veículos (ante alta de 1,8% no último mês), recuo de 1,3% em Eletrônicos e de 1,1% em Lojas Varejistas diversas”, destacou.
No sentido contrário, os preços da gasolina voltaram a avançar no mês, implicando uma alta no valor de vendas no segmento de 4,0%, após recuar 1,9% em abril (efeito preço, não quantidade). Além disso, Alimentos e Bebidas avançaram 1,2%, enquanto Restaurantes e Bares 0,7% registrou o quarto avanço consecutivo, reforçando a dificuldade de diversificação do consumo e a rotação de Bens para Serviços.
“Por sua vez, os dados dos meses anteriores sofreram revisões. No headline, as vendas do mês de abril foram revisadas de 0,9% para 0,7% e março de 1,4% para 1,15%. Para o grupo de controle abril foi ajustado de 1,0% para 0,5% e março de 1,1% para 0,6%. Com isso, o 1T22 sofreu uma leve revisão baixista para 3,3%”, frisou.
E para frente?
Ainda de acordo com o banco de investimentos, para o 2T22 como um todo, caso o segmento apresente estabilidade em junho, as vendas devem crescer 1,8% nominalmente e 0,4% de maneira real (deflacionado pelo PCE). “Dessa forma, esperamos mais um trimestre positivo para o varejo, mas desacelerando ante o 1T22”, disse.
E acrescentou: “dado a expectativa de que a inflação permanecerá pressionada por mais tempo e, por consequência, uma resposta mais hawkish do FOMC, o setor varejista deve apresentar desaceleração de seus índices. Além disso, com a proximidade do verão no hemisfério norte, a rotação de consumo de bens para serviços pode se intensificar.”