O PMI de serviços do Brasil voltou a registrar crescimento em novembro, após sete meses consecutivos de contração. O Índice de Gerentes de Compras (PMI, na sigla em inglês) subiu de 47,7 em outubro para 50,1 no mês passado, seu maior patamar em oito meses.
Embora apenas ligeiramente acima da marca neutra de 50 pontos, que separa expansão de retração, o resultado indica estabilidade na atividade e sugere um possível ponto de inflexão no desempenho recente do setor.

A melhora foi sustentada por um avanço na demanda, que impulsionou as vendas, estimulou nova criação de postos de trabalho e ajudou a manter estáveis os níveis de produção no meio do quarto trimestre. Empresas consultadas relataram que a COP30, somada a campanhas de marketing, contribuiu para a recuperação das encomendas.
O otimismo também ganhou força: as expectativas para os próximos 12 meses atingiram o maior nível em seis meses, ainda que permaneçam abaixo da média histórica, em meio a preocupações com potenciais impactos econômicos das eleições presidenciais de 2026.
PMI de serviços do Brasil aponta estabilidade e leve expansão
O PMI de serviços do Brasil reflete a situação atual do setor: crescimento modesto, mas consistente, sustentado por demanda mais forte e otimismo empresarial.
As vendas totais aumentaram em novembro, encerrando um ciclo de sete meses de contração, enquanto os novos pedidos seguiram em expansão, mesmo diante de pressões inflacionárias.
Custos e inflação: pressões ainda persistem
Apesar da retomada da demanda, os custos de insumos aceleraram para o maior patamar em três meses, impulsionados por energia, combustíveis, alimentos, seguros, aluguéis e materiais de escritório. O índice de custos ficou quase seis pontos acima da média histórica, evidenciando forte pressão inflacionária.
Por outro lado, a inflação dos preços cobrados pelas empresas desacelerou levemente, ainda que permaneça acima da média de longo prazo. Muitas empresas relataram repassar parte dos aumentos de custos aos clientes.
Emprego cresce de forma moderada
O mercado de trabalho no setor de serviços registrou o terceiro mês consecutivo de crescimento, ainda que de forma limitada. Algumas empresas reduziram contratações para controlar despesas, enquanto outras enfrentaram escassez de mão de obra qualificada. No consolidado da economia, o emprego permaneceu praticamente estável, já que a queda no setor industrial foi compensada pelo crescimento nos serviços.
PMI Consolidado do Brasil mostra retração mais moderada
O Índice Consolidado PMI de Atividade Econômica do Brasil, que combina indústria e serviços, avançou de 46,0 em setembro para 48,2 em outubro, indicando uma queda mais branda na atividade do setor privado. As entradas de novos negócios também caíram em ritmo mais lento — o menor desde abril. Ainda assim, ambos os segmentos seguem enfrentando desafios.
No setor industrial, a queda dos custos de insumos permitiu uma rodada de descontos mais rápida em mais de dois anos, em meio à forte competição por novos pedidos. Já nos serviços, os aumentos de custos e preços de venda continuam elevados, mantendo a pressão inflacionária.
Perspectivas e confiança empresarial
O índice de atividade futura do setor de serviços atingiu o nível mais alto em seis meses, refletindo maior confiança nas perspectivas para os próximos meses. Pollyanna De Lima, Diretora Associada de Economia da S&P Global Market Intelligence, destacou que a recuperação da demanda sustentou vendas, emprego e estabilidade no fim do ano, mas alertou que será essencial observar se esse movimento se mantém em dezembro.
Ela também ressaltou o contraste entre o setor industrial e o de serviços, e os desafios ligados ao cenário político de 2025, que podem gerar incertezas adicionais para o setor privado.






