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Vale a pena investir em ações do setor de construção?

Vale a pena investir em ações do setor de construção?

A construção civil compõe um dos chamados setores cíclicos da bolsa de valores brasileira. Isso quer dizer que o segmento depende fortemente de um ciclo econômico favorável.

Quando emprego e crédito estão em alta, as ações sobem. Da mesma forma, momentos de baixa no emprego, na renda e, consequentemente no consumo, são períodos desfavoráveis ao setor.

Reunimos aqui uma série de informações sobre as empresas de construção civil, com  as principais características do setor, o que faz a ação subir ou descer e as perspectivas

Empresas de construção civil listadas

São apenas três as empresas do setor que integram o Ibovespa, índice que aponta as ações mais negociadas na bolsa:

  • Cyrela Realty (CYRE3);
  • EZTEC (EXTC3);
  • MRV (MRVE3).

Mas há diversas outras também listadas na B3:

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  • Adolpho Lindenberg (CALI3; CALI4)
  • Tenda (TEND3)
  • CR2 (CRDE3)
  • Cury (CURY3)
    Direcional (DIRR3)
  • Even (EVEN3)
  • Gafisa (GFSA3)
  • Helbor (HBOR3)
  • Inter (INNT3)
  • JHSF (JHSF3)
  • João Fortes (JFEN3)
  • Lavvi (LAVV3)
  • Melnick Even (MELK3)
  • Mitre (MTRE3)
  • Moura Dubeux (MDNE3)
  • PDG Realty (PDGR3)
  • Plano & Plano (PLPL3)
  • Rodobens Negócios Imobiliários (RDNI3)
  • Rossi Residencial (RSID3)
  • Tecnisa (TCSA3)
  • Tegra (BISA3)
  • Trisul (TRIS3)
  • Viver (VIVR3)

O que impacta o setor da construção civil?

O setor da construção civil tem performance diretamente ligada a um ciclo virtuoso da economia.

Com crescimento do Produto Interno Bruto (PIB), emprego em alta e crédito abundante, ele sempre tende a subir.

“Para adquirir imóvel, que configura uma dívida longa, o consumidor precisa de emprego e de crédito, porque ele na maioria das vezes não possui o valor total do imóvel. Mas, tendo emprego, isso viabiliza um financiamento”, afirma Greco Salvatore Montagna, assessor de mesa de renda variável da EQI Investimentos.

Atualmente, a economia inicia uma retomada depois do tombo causado pela pandemia. A taxa de desemprego é alta.

Ainda assim, um fator tem sido bastante positivo para o setor: a taxa básica de juros (Selic) ainda considerada baixa (atualmente em 3,5%). Vale ficar de olho, no entanto, nos próximos movimentos a taxa, já que a expectativa é a Selic fique entre 5,5% e 6% até dezembro.

Isso possibilita crédito mais barato para quem precisa pegar empréstimo para adquirir um imóvel. E o crédito imobiliário é uma modalidade que agrada aos bancos, porque não traz riscos, já que é totalmente coberto por seguradoras. Logo, a oferta é ampla.

Selic compensou a crise

Em relatório, o BTG Pactual confirma que a Selic baixa vem compensando o desempenho da economia na crise.

“A crise afetou os lançamentos do primeiro semestre de 2020, mas a normalidade vem sendo retomada rapidamente. A velocidade de vendas permaneceu forte, impulsionando os lançamentos, e deve continuar crescendo nos próximos anos. Taxas de juros historicamente baixas são fundamentais para este mercado e devem compensar as condições econômicas fracas e impulsionar o apetite por novos lançamentos e vendas futuras”, afirmou o banco.

A necessidade de isolamento provocada pela pandemia também propiciou um cenário bastante atípico, em que as famílias economizaram com lazer, transporte e viagens, ficando mais em casa. E puderam deslocar recursos para outros fins, sendo um deles a meta da casa própria.

Mais segurança jurídica no setor

O setor também passou, nos últimos anos, por algumas mudanças que o tornaram mais seguro para as incorporadoras.

Uma delas foi a lei do distrato, sancionada no final de 2018. Dentre outras coisas, ela define em contrato quanto a incorporadora devolve ao comprador do imóvel em caso de desistência.

Até então, o valor devolvido era de até 90% do valor pago. “Isso exauriu o caixa das construtoras por muitos anos”, diz Montagna.

Cada construção com CNPJ próprio

Outro ponto favorável é que, hoje, cada construção tem CNPJ próprio, sendo proibido deslocar recursos de uma obra para outra.

A construtora precisa fazer um registro de patrimônio de afetação, assegurando que os bens relativos a determinado empreendimento estão totalmente separados dos bens e dívidas da “empresa mãe”.

Desta forma, o investidor fica protegido de uma eventual falência – como aconteceu com a Encol em 1999, que quebrou, deixando milhares de clientes sem imóveis e sem devolução de valores, e afetando a credibilidade do mercado como um todo.

“Hoje o setor é mais sadio e previsível, sem riscos sistêmicos”, diz Montagna. “Eu, particularmente, gosto muito do setor. Quando a economia aquece e ele pega tração, tem uma performance muito boa”, opina.

Já para Fabrício Lodi, professor do Projeto os 10%, escola de traders, o setor de construção civil não está entre seus favoritos. “Ele sofre muitas altas e baixas, depende muito de taxa de juros e de como a economia anda”, diz.

Boom de IPOs em 2020

Com a Selic baixa e uma maior entrada de investidores na bolsa de valores, buscando maior rentabilidade do que a oferecida pela renda fixa, muitas empresas da construção civil viram uma oportunidade para se capitalizar via ofertas iniciais de ações (IPO na sigla em inglês).

Foi o caso da Mitre Realty, que levantou R$ 1,02 bilhão; da Moura Dubeux, que levantou R$ 1,25 bilhão; e da Lavvi, que captou R$ 1,16 bilhão.

Também fizeram IPO Melnick Even (R$ 713,58 milhões), Plano & Plano (R$ 690 milhões), Lavvi (R$ 1,16 bilhão) e Cury Construtora (R$ 977,5 milhões).

“Isto revela o apetite das construtoras e dos consumidores por mais imóveis. E lembra muito o boom que aconteceu em 2007, quando também houve muito IPO do setor”, diz Lodi.

O que faz a ação subir ou descer no setor

  • PIB;
  • Taxa de desemprego;
  • Taxa básica de juros (Selic);
  • Programas de financiamento habitacional;
  • Fusões e aquisições;
  • Inflação dos materiais de construção;
  • Resultados operacionais.