08 Ago 2021 às 10:00 · Última atualização: 08 Jun 2022 · 5 min leitura
08 Ago 2021 às 10:00 · 5 min leitura
Última atualização: 08 Jun 2022
A alta da inflação trouxe muitos investidores de volta ao Tesouro Direto em 2021. E uma das modalidades entre os títulos públicos ganha especial destaque: o Tesouro IPCA+.
De acordo com informações do próprio Tesouro no início de agosto, o Tesouro IPCA foi o título mais negociado entre todos os do programa. Esse título possui uma forma híbrida de remuneração. Isso significa que parte do retorno é prefixado e parte é atrelado ao IPCA, o índice que mede a inflação oficial do Brasil. No entanto, há formas diferentes de fazer esse investimento. Nesse sentido, a melhor delas dependerá do seu momento de vida e objetivos financeiros.
A seguir, entenda como funciona o Tesouro IPCA+.
O Tesouro IPCA+ é um investimento de renda fixa, com parte de sua rentabilidade atrelada ao IPCA e parte a uma taxa prefixada, expressa em ano. Por isso, é um investimento interessante quando há expectativa de alta da inflação, para que o patrimônio fique protegido da desvalorização da moeda.
Por exemplo, na data de 6 de agosto de 2021 o Tesouro IPCA+ 2026 oferecia rentabilidade anual de IPCA + 4,19%. Isso significa que, além da inflação do período, a aplicação rende uma taxa fixa de 4,19% ao ano. Se a inflação subir, a rentabilidade do título subirá proporcionalmente. Caso contrário, o investidor garante, ao menos, a parte prefixada da aplicação.
A rentabilidade do Tesouro Direto pode ser acompanhada diariamente pelo site da própria instituição, das 09h30 até as 18h.
De forma geral, o vencimento do Tesouro IPCA+ é de médio e longo prazo. Isso não significa que não se possa resgatá-lo no curto prazo. Mas, para isso, será preciso recorrer ao mercado secundário. E isso nem sempre garantirá a mesma rentabilidade contratada no momento da aplicação.
Por isso, ao pensar em adquirir esse título, o investidor deve considerar apenas os recursos dos quais não precisará para a reserva de emergência. Para o curto e curtíssimo prazo, o Tesouro Selic é a opção mais indicada entre os títulos públicos.
Em relação à remuneração, o Tesouro IPCA+ pode ser de dois tipos. Nesse sentido, a aplicação pode pagar rendimentos somente no vencimento ou de forma semestral.
Na primeira situação, os juros se acumulam até o vencimento. Já na segunda, o pagamento dos juros (ou cupons) ocorre a cada seis meses. Nesse caso, o investidor recebe o cupom semestral nos dias 15 de maio e 15 de novembro se o ano de vencimento do título for ímpar. Se o título vencer em um ano par o pagamento dos juros será feito nos dias 15 de fevereiro e 15 de agosto.
Para escolher a melhor modalidade, deve-se avaliar dois fatores importantes, os quais veremos a seguir.
Se um dos objetivos do investimento for obter uma renda extra, os títulos com cupons semestrais podem ser uma boa opção. Afinal, há muitas pessoas que buscam um complemento para a aposentadoria, ou mesmo para fortalecer o orçamento mensal.
No entanto, é importante entender que, ao optar pelos juros mensais, o valor sobre o qual incidirá os juros reduzirá periodicamente. Ou seja, o investidor deixará de receber uma parcela significativa de juros, que poderiam ter incidido regularmente sobre o montante capitalizado.
Por isso, para quem está em fase de acumulação de patrimônio (em plena atividade produtiva), o mais indicado é o recebimento final de juros. Somente se o objetivo do investimento for gerar entrada adicional de caixa é que vale a pena optar pelo cupom semestral.
Outro aspecto importante na hora de escolher o tipo de Tesouro IPCA+ diz respeito à tributação. Isso porque esse título segue a tabela regressiva do Imposto de Renda, que funciona da seguinte forma:
Prazo da aplicação | Alíquota IR |
Até 180 dias | 22,5% |
De 181 a 360 dias | 20,5% |
De 361 a 720 dias | 17,5% |
Acima de 720 dias | 15% |
No caso do Tesouro IPCA+ com cupom semestral, a cada pagamento de juros incidirá o Imposto de Renda. Dessa forma, as primeiras alíquotas serão maiores, começando em 22,5% até chegarem à mínima da tabela, que é de 15%.
Por outro lado, quem opta pelo recebimento final de juros pagará a alíquota mínima de IR. Isso porque esses títulos têm vencimentos a partir de três anos.
Além de proporcionar maior rendimento pela capitalização sobre o principal corrigido, o recebimento final dos juros é mais vantajoso também em termos fiscais. Logo, esse é mais um motivo para avaliar corretamente o objetivo do investimento.
O IR sobre os rendimentos do Tesouro é retido na fonte. Isso significa que, ao resgatar o valor, o investidor já o recebe com a quitação do tributo.
Além disso, há também a cobrança do IOF (Imposto sobre Operações Financeiras), caso haja algum resgate antes de 30 dias do início da aplicação. Por fim, a B3 cobra uma taxa de custódia pela guarda dos títulos públicos. Em 2021, essa taxa é de 0,25% ao ano.
No mundo da renda fixa, existem outras modalidades que podem ser atreladas ao IPCA. Nesse sentido, CDBs, LCIs, LCAs e debêntures são alguns exemplos.
Da mesma forma que o Tesouro IPCA+, os CDBs, LCIs e LCAs atrelados à inflação possuem parte da remuneração fixa e o restante acompanha a evolução do IPCA. Todas as modalidades contam com a proteção do Fundo Garantidor de Crédito (FGC). Além disso, tanto a LCI quanto a LCA possuem isenção de IR.
No caso das debêntures, não há garantia do FGC. No entanto a rentabilidade desses títulos costuma ser superior à média da renda fixa. Mas é importante analisar a saúde financeira da emissora, justamente porque ela é a única garantia de pagamento do título.
Já na renda variável, existem fundos imobiliários (FIIs) cujos contratos de aluguéis são atrelados ao IGP-M, o índice mais utilizado para reajuste de contratos no Brasil. Para se ter uma ideia, o IGP-M encerrou 2020 com alta acumulada de 23,14%, a maior variação dos últimos 18 anos. E, até o final de julho, a alta no ano foi de 15,98%,
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