A manhã desta quinta-feira (31) foi bastante movimentada no mundo político. O governador do estado de São Paulo, João Doria (PSDB), pode anunciar hoje, às 16h, a retirada da sua candidatura à Presidência da República.
Outra notícia que movimentou o dia foi o convite do partido União Brasil para a filiação do ex-juiz Sérgio Moro (Podemos), mas com uma condição: concorrer ao cargo de senador ou deputado federal.
Logo nas primeiras horas desta manhã, Doria teria anunciado para os seus aliados e auxiliares que iria comunicar a sua desistência de concorrer à presidência. Inclusive, ele também pediria a renúncia do cargo de governador.
Contudo, o fato surpreendeu o vice-governador Rodrigo Garcia (PSDB), que é apresentado por Doria como CEO do governo e assumiria o cargo com a renúncia dele. Garcia se irritou com isso e até chegou a pedir demissão da Secretaria de Governo.
Mais do que anunciar a retirada da candidatura da presidência, fontes próximas do governador revelam que ele tem a intenção de sair do PSDB, além de não tentar uma reeleição para o Executivo paulista.
Ontem (30) a noite, em jantar com amigos, empresários, aliados e secretários, sem a presença do vice-governador, Doria já havia sinalizado que poderia abrir mão da disputa. Ele destaca que não impõe o seu nome para disputar a presidência.
Em nota, a jornalista Mônica Bergamo, do jornal Folha de São Paulo, relata que a decisão de Doria de desistir de concorrer à presidência pode não estar sacramentada e sequer ser concretizada.
De acordo com a jornalista, rumores de que, após dizer a Garcia que não disputaria mais a sucessão de Bolsonaro para permanecer no cargo, ele teria voltado atrás novamente. Assim, Doria manteria a promessa de sair do governo e deixar o caminho livre para o vice-governador Garcia ser candidato ao governo e ele próprio concorrer à presidência.
Em áudio enviado à jornalista Mônica Bergamo, Doria afirmou que, por enquanto, é só especulação.
Sergio Moro também pode anunciar desistência
Além de Doria, o ex-juiz Sergio Moro (Podemos) também pode anunciar a desistência da candidatura à presidência. O site O Antagonista informa que ele aceitou o convite de ir para o União Brasil. Para trocar de partido, ele teria que concorrer para o cargo de senador ou deputado ao invés da presidência.
Luciano Bivar, um dos líderes do novo partido, estaria articulando um movimento para o fortalecimento da terceira via e focar todos os esforços em apenas uma candidatura. Segundo O Antagonista, o pernambucano já está negociando com Doria, a senadora Simone Tebet (MDB) e o governador do Rio Grande do Sul Eduardo Leite (PSDB) para criar uma candidatura única chamada de Centro Democrático.
Com a possível desistência de Doria, o nome de Eduardo Leite ganhou força para liderar o Centro Democrático.
Na última segunda-feira (28), ele anunciou que deixaria o governo para se dedicar às eleições. Em um vídeo divulgado durante entrevista no Palácio Piratini, sede do Poder Executivo do RS, ele confirmou que continuará no PSDB.
Nesta quinta, ele publicou nas redes sociais que cumpre a última agenda à frente do governo, nas cidades de Santa Maria e Pelotas. A transferência oficial do cargo para o vice-governador Ranolfo Vieira deve ocorrer ainda hoje. “O jogo continua sob a condução desse novo comandante”, afirmou o chefe do Executivo, dizendo estar “absolutamente tranquilo” sobre a atuação de Vieira.
Leite destaca que a decisão foi fruto de muita conversa com diferentes lideranças políticas e setores da sociedade. O político gaúcho ainda ressalta que está convicto da medida, pois ela traz “disponibilidade e liberdade” para realizar as movimentações eleitorais “em qualquer direção necessária, no Brasil ou no Rio Grande do Sul”.