14 Jul 2021 às 08:30 · Última atualização: 14 Jul 2021 · 7 min leitura
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Última atualização: 14 Jul 2021
Divulgação
A rede de academias Smart Fit quer dominar a América Latina. E, para isso, vai abrir capital na Bolsa de Valores na quarta-feira (14) para focar em aquisições e expansão de unidades pelos países da região, segundo prospecto divulgado na CVM.
A rede de academias precificou suas ações para o IPO a R$ 23. Com isto, deve movimentar R$ 2,3 bilhões.
Consolidada no Brasil, a empresa já opera em outros 12 países, totalizando 940 academias espalhadas pela América Latina, e 2,4 milhões de alunos.
Vamos conhecer melhor a Smart Fit?
Desde 1996 o empresário Edgard Corona já atuava no ramo de academias em São Paulo. Em 2008, ele era conhecido principalmente pela sua rede de academias high end Bio Ritmo, com foco nas classes A/B.
Com o objetivo de democratizar a atividade física a um preço justo, ele fez pesquisas internacionais e encontrou um movimento já estabelecido no exterior, mas ainda novidade no Brasil: academias low cost.
O conceito incorporava o que havia de melhor e mais moderno em equipamentos, arquitetura e decoração. Surgiu então, em 2009, a primeira academia Smart Fit, em São Paulo (Morumbi). Logo em seguida vieram as outras, na Capital Paulista, Rio de Janeiro, Brasília e Porto Alegre.
Nos primeiros cinco anos de operação, a Smart Fit elevou a receita do Grupo Bio Ritmo de R$ 40 milhões para R$ 420 milhões. Assim, aumentou em oito vezes a quantidade de clientes, de 70 mil para 580 mil alunos.
O modelo de baixo custo/alta qualidade começou a se expandir de verdade em 2010. Naquele ano a Smart Fit fechou parceria com o fundo de investimentos Pátria, para um aporte de R$ 70 milhões.
Em 2011, mais 18 unidades foram abertas e a Smart Fit chegou ao México com 4 unidades iniciais. A companhia tornou-se a primeira rede de academias brasileira a conquistar o mercado internacional. Em 2012, foram mais 29 unidades, com o início da expansão no Nordeste e Centro-Oeste. Em 2013, mais 35 novas unidades, e o Grupo se tornou o 11º maior do mundo. Assim, passou a fazer parte das 25 maiores empresas do mundo no mercado fitness. Em 2014, mais um pulo na América Latina, chegando ao Chile.
A Smart Fit afirma que é a líder do mercado de academias na América Latina, a quarta maior rede do mundo em número de clientes (sendo a maior academia fora dos Estados Unidos da América), e a com maior taxa de crescimento em número de academias próprias no período de 2014 a 2019, dentre as 25 maiores redes de academias de ginástica do mundo.
A empresa acredita ser a líder no setor de fitness digital na América Latina. E possui aplicativos que permitem uma experiência diferenciada de treino, acompanhamento nutricional, através de plataformas de vendas B2C e B2B.
A companhia opera no modelo premium e estúdios, o qual, atualmente, conta com as marcas Bio Ritmo, O2, Race Bootcamp, Tonus Gym, Vidya Body & Mind e o Jab House.
A companhia também possui forte presença no segmento fitness digital. Fundado em 2016, o Queima Diária é uma empresa de tecnologia de conteúdo digital focado em atividade física, saúde e bem-estar que é oferecido via streaming de vídeo.
A plataforma oferece programas para realização de atividade física em qualquer lugar, de maneira online/offline, em um modelo multi-device.
A Smart Fit também oferece outros serviços digitais tais como o Smartfit Nutri que possuía 63,9 mil clientes ativos em 31 de março de 2021. O Smartfit Nutri é um marketplace de nutricionistas no qual o cliente pode realizar consultas via tele atendimento, pesagens em balanças de bioimpedância nas unidades da Smart Fit, entre outros.
A companhia é uma das sócias do Total Pass, plataforma agregadora do mercado fitness B2B na América Latina.
Atualmente, a Smart Fit tem presença em treze países da América Latina e detém a liderança no Brasil, no México e na região composta por Colômbia, Chile e Peru, em número de clientes ativos, operando no segmento high value low price com a marca Smart Fit e no fitness digital com a marca Queima Diária.
A Smart Fit diz que é a pioneira no modelo de high value low price na América Latina, com a abertura das primeiras academias Smart Fit no Brasil, em 2009, modelo adotado pelas redes de academias que mais crescem no mundo.
Desde o início das operações da Smart Fit, o número total de academias do grupo passou de 54 em 31 de dezembro de 2011, para 928 em 31 de março de 2021. Ou seja, taxa de crescimento anual média de 36,0% no período.
Até 31 de março de 2021, as academias estavam distribuídas da seguinte forma:
A receita operacional líquida da Smart Fit foi de R$ 1,272 bilhão, R$ 1,984 bilhão e R$ 1,256 bilhão em 2018, 2019 e 2020.
No primeiro trimestre de 2021 a empresa teve prejuízo de R$ 166,3 milhões. O resultado negativo é 28 vezes superior ao prejuízo do mesmo período no ano passado.
No 1TRI21, a receita líquida totalizou R$ 371,7 milhões, ou 61,7% da receita do mesmo período de 2020.
O Ebitda ajustado do 1TRI21 foi de R$ 21,3 milhões. Ou seja, redução de 89,2% comparado ao mesmo período de 2020.
A Smart Fit tem como missão democratizar o acesso ao fitness de alto padrão, à qualidade de vida e ao bem-estar na América Latina com planos acessíveis e adesão facilitada.
A estratégia de crescimento é baseada em três principais pilares:
O registro de IPO da Smart Fit foi feito à CVM (Comissão de Valores Mobiliários) em maio de 2021.
O pedido foi feito após uma tentativa frustrada de abrir capital em 2018. Naquele ano, a empresa acabou voltando atrás diante das condições adversas do mercado.
Mas, agora, é para valer. Mesmo com a pandemia, a Smart Fit já conta com R$ 750 milhões, que virão da gestora Dynamo, do fundo canadense CPP e do GIC, fundo soberano da Cingapura. Eles já se comprometeram com o IPO, que deve movimentar cerca de R$ 2 bilhões no mercado.
A Dynamo já é acionista da empresa, mas com fatia pouco inferior a 5%.
O Pátria Investimentos é o acionista majoritário, com 51% das ações ordinárias.
Por fim, a companhia já definiu o ticker pelo qual será reconhecida no mercado: SMFT3.
A oferta tem como coordenador líder o Itaú, e será realizada em conjunto com o Morgan Stanley e o Santander.
Por Felipe Alves e Claúdia Zucare