20 Abr 2022 às 14:28 · Última atualização: 24 Jun 2022 · 4 min leitura
20 Abr 2022 às 14:28 · 4 min leitura
Última atualização: 24 Jun 2022
Pixaby
O Monitor do PIB-FGV apontou aceleração da atividade econômica no Brasil no mês de fevereiro, com crescimento de 0,6% em comparação com janeiro e de 1,1% no trimestre móvel encerrado em fevereiro, em comparação com o fechamento de novembro.
Na comparação interanual a economia cresceu 1,2% em fevereiro e 1,7% no trimestre móvel findo em fevereiro. Os dados foram divulgados nesta quarta-feira (20) pelo Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getúlio Vargas (FGV Ibre).
Em termos monetários, estima-se que o acumulado do PIB no primeiro bimestre de 2022, em valores correntes, tenha sido de R$ 1,332 bilhões.
“O crescimento da economia brasileira em fevereiro continua sendo explicado, principalmente, pelo desempenho do setor de serviços. Este setor segue com variação interanual acima da observada na agropecuária e na indústria, em praticamente todos os meses, desde meados do ano passado”, explica Juliana Trece, coordenadora da pesquisa.
Para a pesquisadora, o bom resultado de serviços é natural neste retorno a uma espécie de “normalidade pós-pandemia”, já que foi o setor econômico mais impactado pelos efeitos do cenário de prevenção e combate à covid-19.
Mas ela alerta que as perspectivas para o setor são preocupantes no médio de longo prazo. “O combo formado por inflação, juros e desemprego elevados podem prejudicar a sustentação do crescimento da atividade de serviços no decorrer do ano e, consequentemente, do próprio PIB”, afirma Juliana Trece.
O consumo das famílias cresceu 2,1% no trimestre móvel encerrado em fevereiro em comparação ao mesmo período do ano passado. Pelo quinto mês consecutivo, no entanto, o componente de serviços foi o único a apresentar taxas positivas que foram influenciadas, principalmente, pelo desempenho dos segmentos de transporte e de outros serviços (serviços de alojamento, alimentação e domésticos).
Destaca-se, no entanto, a forte queda de -8,6% do consumo de bens duráveis. O setor, com produtos mais caros, geralmente sofre em cenários de queda da renda, no qual a prioridade para a ser o consumo de alimentos e produtos mais baratos.
O índice de FNCF (Formação Bruta de Capital Fixo) cresceu 0,4% no trimestre móvel encerrado em fevereiro em comparação ao mesmo trimestre do ano anterior. Apenas o componente de máquinas e equipamentos apresentou retração, nesta comparação devido a quedas disseminadas entre diversos segmentos deste componente, com destaque para os caminhões, outros veículos e outras máquinas e equipamentos.
A exportação apresentou crescimento de 12,5% no trimestre móvel encerrado em fevereiro em comparação ao mesmo período do ano passado. O principal responsável por esse crescimento foram as exportações de produtos agropecuários. Em contrapartida, apenas as exportações de produtos da extrativa mineral apresentaram retração, nesta comparação.
Já a importação apresentou retração de 2,1% no trimestre móvel findo em fevereiro em comparação ao mesmo período do ano passado. O desempenho de bens de capital e bens intermediários, que caíram -20,1% e -5,7%, foram os que mais influenciaram na retração das importações. Além deles, a importação de produtos agropecuários também recuou -17,8%.
O gráfico acima mostra que a taxa de investimento em fevereiro de 2022 foi de 19,9%, na série a valores correntes. Este resultado apresenta uma taxa de investimento acima dos meses anteriores e também superior à taxa de investimento média mensal, considerando tanto o período desde 2000 como o recorte desde janeiro de 2015.
O Monitor do PIB foi criado pela FGV a fim de prover a sociedade de um indicador mensal do da atividade econômica, tendo como base a mesma metodologia das Contas Nacionais Trimestrais (CNT) do IBGE. Nos meses em que não há a divulgação da estatística oficial, o monitor serve como antecipação de tendências da indicação do PIB.