O gestor Luis Stuhlberger, sócio da Verde Asset, mostrou uma visão mais otimista para o cenário fiscal brasileiro, pelo menos até o fim de 2024, no relatório de abril do Fundo Verde FIC FIM, um dos produtos mais antigos da casa, criado em 1997.
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“O governo obteve substantiva vitória no STJ na questão dos benefícios de ICMS na base dos impostos federais, o que parece aumentar a probabilidade de que as metas fiscais de 2023 e 2024 sejam cumpridas (permanecem como desafios importantes 2025-2026)”, aponta o gestor no relatório.
Crítico às ações do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, Stuhlberger vê no Congresso um ator fundamental para “corrigir” o que considera decisões incorretas. “O Congresso se coloca como contraponto importante em algumas decisões, como no caso do saneamento e mesmo no arcabouço fiscal, onde os sinais apontam para melhoras no projeto”, afirma o texto.
No relatório de março, o gestor havia feito críticas ao novo marco fiscal proposto pelo governo. “Embora o prêmio de risco nos mercados tenha se mantido estável em grande medida em abril, vemos os fatores acima com viés positivo, e por isso saímos de posições compradas em dólar contra o real”, explicou desta vez.
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Fundo Verde FIC FIM: resultados de abril
O Fundo Verde FIC FIM teve uma leve queda em abril, de 0,03%, mas ainda acumula rendimentos de 2,32% nos quatro primeiros meses do ano. Em abril, a gestão apresentou ganhos nas posições de commodities, ouro e petróleo, na posição de juros longos europeus, e no livro de bolsa global.
As perdas vieram das posições de inflação, tanto no Brasil quanto nos Estados Unidos, no dólar e em menor medida na carteira de ações brasileiras – o fundo já havia reduzido sua exposição ao setor em março e manteve marginalmente os desinvestimentos em abril.
“A posição comprada em inflação implícita no Brasil foi mantida, e continuamos tomados em juros na parte curta da curva e comprados em inflação nos EUA. A posição em ouro foi mantida, e retomamos uma pequena alocação em petróleo. Estamos zerados em dólar contra o real. As posições em crédito high yield global foram marginalmente reduzidas e aquelas em crédito local foram mantidas”, apontou o gestor.
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Luis Stuhlberger vê cenário global marcado por incertezas
Na análise do cenário macroeconômico global, Stuhlberger destacou que a crise do sistema bancário dos EUA teve influência importante na precificação dos mercados, com destaque para a aquisição do First Republic pelo JP Morgan.
“Os mercados de juros precificam um impacto relevante de aperto de crédito na economia americana, e, portanto, na política monetária conduzida pelo Federal Reserve”, diz. O gestor aponta que o mercado segue tendo duas dúvidas fortes sobre o impacto da política monetária:
- se os impactos serão fortes o suficiente a ponto de levar a economia para uma recessão, como alguns agentes projetaram após dados da atividade econômica em abril
- quão rápido o Fed vai mudar de postura na direção de cortes profundos da taxa de juros, depois da elevação para o intervalo entre 5% e 5,25%, na semana passada.
“Ainda assim, são dúvidas e não certezas, e os dados dos próximos meses devem trazer mais clareza. Continuamos vendo assimetrias na inflação, no sentido de ser mais resiliente que o precificado pelos mercados, e acreditamos que a precificação da volatilidade das curvas americanas está exagerada. É aí que as principais apostas macro globais do fundo se concentram hoje”, justificou.
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