Nos últimos meses, o mercado de tecnologia enfrenta um forte sentimento de insegurança devido às demissões em massa, que começaram em empresas menores e agora chegaram às principais companhias do setor do mundo, as chamadas big techs.
O Spotify, Google, Microsoft e Amazon demitiram milhares de funcionários, e outras empresas, como a Meta, anunciaram novas rodadas de demissões.
Dados compilados pela Reuters e CNBC estimam que, de outubro de 2022 até janeiro de 2023, pelo menos 51 mil a 70 mil trabalhadores teriam sido afetados por esses cortes.
A explicação para tantas demissões é que as empresas de tecnologia enfrentam uma desaceleração do crescimento devido à conjuntura econômica de juros e inflação mais altos. Os EUA e a Europa lidam com a maior inflação em mais de 40 anos, o que tem gerado temores de recessão global.
O setor de tecnologia é altamente dependente de dinheiro, e com juros mais altos, o custo do dinheiro fica mais caro. Muitas empresas que contrataram demais durante a pandemia estão se ajustando à nova realidade de juros altos.
Embora as demissões gerem incertezas entre os profissionais de tecnologia, elas tiveram um impacto positivo nos papéis das big techs, que acumularam altas em janeiro após baixas expressivas no acumulado de 2022. O encolhimento da base de funcionários teve efeito positivo no mercado financeiro pela ótica de corte de custos em um cenário econômico desfavorável.
As empresas estão buscando mais eficiência operacional e priorizando projetos mais viáveis economicamente.
Embora as big techs ainda devam enfrentar uma conjuntura adversa no curto prazo, devem manter a dominância em seus setores no longo prazo, pois são bem capitalizadas, geram muito caixa e estão bem posicionadas para enfrentar uma recessão.
É pouco provável que as demissões afetem os usuários finais de forma significativa, mas pode haver um impacto na qualidade do serviço e no tempo de resposta, dependendo do número de demissões e de quais áreas foram afetadas. Os preços dos serviços oferecidos pelas empresas também podem ser afetados, mas isso dependerá da concorrência e do mercado.
No entanto, algumas empresas, como a Meta, que passa por dificuldades por conta do investimento pesado no metaverso, ainda são uma promessa distante. O Google e a Meta podem ter um risco maior por terem um business mais cíclico e maior dependência de anúncios digitais, que podem sofrer em uma recessão.
Portanto, ao investir em empresas de tecnologia, é importante considerar a sua posição financeira, a concorrência e a dependência de anúncios digitais. Além disso, é importante ficar atento às notícias sobre demissões e ajustes nas empresas de tecnologia, pois isso pode afetar os seus investimentos.
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Por Júlia Wazlawick, influenciadora, criadora de conteúdo sobre finanças e educação financeira, e assessora de investimentos pela Ancord.