Os CDBs de bancos pequenos ainda carregam uma fama de risco elevado: a imagem foi construída ao longo do tempo, após episódios de quebras de instituições financeiras menores no Brasil. Mas será que investir nesses papéis é sempre uma armadilha?
De acordo com João Neves, analista da EQI Research, a resposta é mais complexa: “A resposta é depende. Não necessariamente porque é um banco pequeno ou não tem aquela chancela dos grandes bancos, que os CDBs não são bons ou não oferecem uma boa oportunidade.
O especialista reforça que o tamanho da instituição não determina por si só a qualidade do crédito. Há bancos menores com excelente controle de risco e perfil positivo, enquanto outros exigem mais cautela do investidor.
Taxas mais atrativas e o risco embutido
Uma das principais diferenças está na rentabilidade. Bancos pequenos tendem a oferecer taxas superiores às praticadas por grandes nomes como Itaú (ITUB4), Bradesco (BBDC4) e Banco do Brasil (BBAS3). Isso ocorre porque precisam pagar um prêmio maior para atrair investidores, já que possuem menos escala e podem estar mais expostos a setores específicos.
Neves explica: “Muitas vezes os bancos menores oferecem taxas um pouco mais interessantes que os bancos maiores, pelo risco um pouco maior de ser menos conhecido, depender de algum setor específico, isso acaba levando a um spread de crédito um pouco maior.”
O papel do FGC na proteção
O risco de inadimplência não pode ser ignorado, mas há uma rede de proteção. O Fundo Garantidor de Créditos (FGC) cobre até R$ 250 mil por título e até R$ 1 milhão por CPF em uma mesma instituição. Isso significa que, caso o banco tenha problemas de liquidez, o investidor tem respaldo para recuperar parte significativa do valor aplicado.
Ainda assim, o processo pode envolver demora no resgate. “Pode demorar um tempo que seu recurso seja liberado, pode ter uma certa complicação na parte da organização de você conseguir fazer esse resgate,” pondera Neves.
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