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Reino Unido: sob pressão, Liz Truss renuncia após 44 dias como primeira-ministra

Reino Unido: sob pressão, Liz Truss renuncia após 44 dias como primeira-ministra

A primeira-ministra britânica, Liz Truss, acaba de renunciar ao cargo, após 44 dias no cargo. Ela vinha enfrentando intensa pressão e chegou a afirmar, na quarta-feira (19) que era “uma lutadora e que não desistiria”.

Ela foi interpelada no Parlamento Britânico após ter voltado atrás em diversas políticas fiscais, consideradas controversas, e depois de demitir Kwasi Kwarteng, do cargo de ministro das Finanças, substituindo-o por Jeremy Hunt.

Truss alegou, sobre suas ações, que “agiu no interesse nacional para garantir uma estabilidade econômica”. Ela se desculpou aos membros do parlamento e reconheceu que cometeu erros. Mas vinha negando uma renúncia imediata. O país deve passar agora por eleições gerais e ela deve seguir no cargo até se confirmar o novo nome.

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Nos últimos dias, houve uma rebelião dentro do Partido Conservador – do qual a premier faz parte. Primeiro, a ministra do Interior, Suella Braverman, deixou o governo. Na sequência, quem pediu demissão foi a Secretária Parlamentar do Tesouro, Wendy Morton.

Reino Unido: Truss vê plano econômico ser alterado fortemente

Hunt, o novo titular da pasta das Finanças, em um de seus primeiros atos, descartou quase todas as políticas econômicas do plano original de Truss e deve apresentar um novo plano até o final do mês.

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Entre as medidas descartadas por ele estão o corte de impostos e o congelamento da taxa de álcool. Além disso, ele também deverá manter a abolição do imposto sobre saúde e assistência social e ampliar os subsídios anuais para investimentos.

Com a nova postura do ministro, Truss se viu obrigada a deixar de lado uma de suas promessas de campanhas, que era o aumento das aposentadorias, mesmo com a inflação crescente no país. Além disso, ela pediu ainda que os ministros de seu gabinete tentem cortar gastos.

Confira o discurso de saída de Liz Truss

“Assumi o cargo em um momento de grande instabilidade econômica e internacional. Famílias e empresas estavam preocupadas sobre como pagar suas contas. A guerra ilegal de Putin na Ucrânia ameaça a segurança de todo o nosso continente. E nosso país foi retido por muito tempo pelo baixo crescimento econômico. “Fui eleita pelo Partido Conservador com mandato para mudar isso. Cumprimos as contas de energia e cortamos o seguro nacional. E definimos uma visão para uma economia de baixo crescimento de impostos baixos que tiraria vantagem das liberdades do Brexit. Reconheço que, dada a situação, não posso cumprir o mandato pelo qual fui eleita pelo Partido Conservador. Por isso, falei com Sua Majestade o Rei para notificá-lo de que estou renunciando ao cargo de líder do Partido Conservador. Esta manhã conheci o presidente do Comitê de 1922, Sir Graham Brady. Concordamos que haverá uma eleição de liderança a ser concluída na próxima semana. Isso garantirá que continuemos no caminho para entregar nossos planos fiscais e manter a estabilidade econômica e a segurança nacional de nosso país. Permanecerei como primeiro-ministro até que um sucessor seja escolhido. Obrigada.”

Boris Johnson, a eleição e a fritura

Liz Truss venceu a indicação do Partido Conservador para substituir Boris Jonhson, que havia renunciado ao cargo em junho deste ano, após escândalos de promover festas em meio à lockdonws na pandemia da Covid-19 no Reino Unido.

Johnson foi o premier britânico entre 2019 e 2022. Ele substituiu Teresa May e sob sua gestão, o país conseguiu dar prosseguimento ao plano de saída da União Europeia, o Brexit, aprovado em plebiscito nacional em 2016.

Mas Jonhson, embora tenha tido um mandato mais extenso do que o de sua antecessora, sofreu com os escândalos. Os principais que levaram à sua renúncia foram reuniões sociais e festas por membros do governo, sendo acusado de violar a lei e ser multado por infringir as restrições impostas pela covid-19.

Porém, após a denúncia de ele havia mentido sobre desconhecer supostas acusações de abuso sexual dentro de seu governo, provocou uma onda de demissões, o que acabou levando ele a jogar a toalha e deixar o cargo.

O Partido Consevador, então, indicou dois candidatos: Liz Truss e Rishi Sunaki. Com 81.326 votos de seu correligionários, derrotou seu adversário e se tornou a terceira mulher a assumir o cargo de primeira ministra na história do Reino Unido, depois de Margaret Tatcher, entre 1979 e 1990; e Teresa May, entre 2016 e 2019.

Porém, com a deterioração econômica em seu país e com planos econômicos considerados controversos, Truss enfrentou um processo de fritura. Uma pesquisa apontou que somente 10% dos britânicos apoiavam a mandatária. O desfecho: Liz Truss renuncia após 44 dias.

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