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Powell defende independência de BCs e evita falar de juros

Powell defende independência de BCs e evita falar de juros

O presidente do Fed, Jerome Powell, evitou dar sinais sobre o andamento do ciclo de altas de juros dos EUA. O executivo defendeu a independência do banco central norte-americano, durante evento que discutia o tema realizado em Estocolmo, na Suécia, e disse apenas que seu trabalho é manter as decisões técnicas a salvo de pressões políticas.

“A importância de um banco central independente é que podemos tomar decisões de forma técnica, usando dados, sem nos curvar a pressões que vêm dos políticos”, afirmou o dirigente, cujo currículo ilustra bem seu posicionamento que tenta ser livre de pressões políticas.

Depois de trabalhar a maior parte de sua carreira na iniciativa privada, com breve passagem pelo governo de George W. Bush (2001-2008), do Partido Republicano, Powell foi nomeado para o conselho do Fed em 2012, pelo então presidente Barack Obama, democrata; escolhido presidente do banco em 2018 pelo republicano Donald Trump e reconduzido por outro presidente do Partido Democrata, Joe Biden, no começo do ano passado.

A independência do Banco Central é um tema caro aos economistas de posicionamento mais liberal, que veem nesse formato uma possibilidade de realizar ajustes monetários que podem ser politicamente impopulares, com altas nas taxas de juros, na tentativa de conter a inflação.

“A estabilidade dos preços é a pedra fundamental de uma economia saudável e oferece à população benefícios incomparáveis. Mas restaurar a estabilidade quando a inflação sobe pode exigir medidas impopulares no curto prazo, quando precisamos subir os juros e desacelerar a economia”, explicou o executivo durante o evento na Suécia, nesta terça-feira (10).

No Brasil, a independência do Banco Central foi aprovada em 2021 e o atual presidente, Roberto Campos Neto, tem mandato até dezembro de 2024.

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Juros nos EUA: dúvida sobre ritmo de alta

O mercado esperava de Powell alguma sinalização sobre as próximas decisões do Fomc, o comitê de política monetária do Fed, que volta a se reunir nos dias 31 de janeiro e 1º de fevereiro. Depois de algumas altas de 0,75 p.p, o comitê aumentou os juros em 0,5 p.p.na última reunião, em dezembro, para o intervalo de 4,25% a 4,5% ao ano.

Powell não se manifestou diretamente sobre o tema, mas sua posição favorável à independência do Fed pode ser lido como um sinal de que ele mantém a posição de declarações anteriores, de que os juros seguirão em alta até que a inflação volte a patamares próximos à meta de 2% ao ano.

O presidente do Fed já disse, no ano passado, que ações anteriores de interrupção precoce do aperto monetário foram mal-sucedidas e não devem ser repetidas, a despeito do temor de recessão que parte da sociedade norte-americana vem apresentando.

A visão foi respaldada pela ata da reunião de dezembro, divulgada na semana passada. “Tendo em vista o nível de inflação persistente e inaceitavelmente alto, vários participantes comentaram que a experiência histórica adverte contra o afrouxamento prematuro da política monetária”, diz o texto.

Os juros nos EUA e o impacto no Brasil

O mercado hoje se divide entre a projeção de nova alta de 0,5 p.p. e a possibilidade de uma alta em ritmo desacelerado, de 0,25 p.p. Os números do CPI de dezembro, um dos principais índices de inflação adotados pelo mercado americano, saem nesta semana e podem mexer com as estimativas.

O Copom, Comitê de Política Monetária do Banco Central, realiza sua primeira reunião de 2023 nos mesmos dias do Fomc, 31 de janeiro e 1º de fevereiro. A tendência, a princípio, é que a Selic seja mantida em 13,75%, a não ser que os analistas enxerguem sinais graves de deterioração fiscal.

Os juros em alta costumam levar o investidor a preferir opções de renda fixa em detrimento da renda variável, como a bolsa. E juros altos nos EUA em geral impedem que o Brasil possa baixar os seus, já que os títulos norte-americanos são vistos pelo mercado como mais confiáveis, fazendo que o Copom mantenha taxas mais altas para evitar que os títulos do Tesouro brasileiro não percam atratividade para os investidores internacionais. 

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