O processo de aquisição da Oi Móvel (OIBR3; OIBR4), feita em conjunto com a Vivo Telefônica (VIVT3), Tim Brasil (TIMS3) e Claro, recebeu mais um capítulo na última segunda-feira (03). Dessa vez, as três telecoms anunciaram que iniciarão, junto à Câmara de Arbitragem do Mercado da B3, um processo arbitral contra a Oi.
A reclamação das teles questiona os descumprimentos da Oi nos termos de contrato de venda de ativos de telefonia móvel, principalmente em relação ao ajuste de preço pós-fechamento.
Em meados de setembro, as três companhias informaram que o preço acordado de R$ 15,9 bilhões precisaria ser reduzido em R$ 3,2 bilhões para incluir as métricas piores de novos clientes líquidos, dívida líquida, capital de giro e capex.
Contudo, a Oi discordou deste movimento de Claro, Tim e Vivo. “A Companhia [Oi] informa ao mercado que discorda veementemente do Valor do Ajuste Pós-Fechamento pelas Compradoras, e entende que o cálculo do Valor do Ajuste Pós-Fechamento pelas Compradoras apresenta erros procedimentais e técnicos, havendo equívocos na metodologia, nos critérios, nas premissas e na abordagem adotados pelas Compradoras e seu assessor econômico KPMG”, diz o fato relevante da Oi, publicado no dia 19 de setembro.
Uma reportagem do jornal Valor Econômico revelou que a Oi teria “jogado a toalha” de atingir as metas, uma vez que investiu menos que o comprometido, não cumpriu as metas de adições líquidas, não alcançou o capital de giro, perdeu mercado e não teria feito os investimentos assumidos.
“Claramente esta é uma notícia muito ruim para a Oi. Não receberá de imediato os R$ 1,4 bilhão extras retidos pelas três teles, e seu caixa de curto prazo ficará sob pressão enquanto o valor final a ser reajustado estiver em discussão”, explica um relatório do BTG Pactual sobre a contenda entre as empresas.
Apesar do processo de arbitragem, não há risco da transação da venda ser cancelada. Visto que os clientes da Oi Móvel já estão com as três teles gigantes e que o processo é considerado irreversível.
Oi confirma que entrou com pedido de depósito de R$ 1,52 bilhão contra TIM, Telefônica e Claro
A Oi confirmou, nesta manhã, que seu pedido cautelar foi deferido pela Justiça do Rio determinando que Tim, Vivo e Claro depositem R$ 1,5 bilhão em juízo, em até 48 horas. O valor é referente à venda dos ativos móveis da Oi para as três teles.
O documento ainda cita que a Oi não recebeu comunicação da Câmara de Arbitragem do Mercado sobre o pedido de instauração da arbitragem e aponta que a companhia não descumpriu nenhuma norma do contrato.
Após o anúncio do processo de arbitragem das três telecoms contra Oi e o depósito das teles, as ações da empresa dispararam, na casa dos 9% nos últimos dois dias. Apesar disso, em 2022, a companhia carioca já desvalorizou 27% no ano, embora tenha um prejuízo de 48%, ao considerar o valor máximo de 2022.
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