A WeWork Companies, empresa matriz, adquiriu os 49,9% da WeWork Brasil que pertenciam ao SoftBank, conforme anunciado em comunicado divulgado nesta segunda-feira (24). A operação foi aprovada pelo Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade).
A WeWork Brasil operava como uma joint venture entre a matriz e o fundo, e a venda dessa participação foi divulgada no final de janeiro.
Após um rápido crescimento e se consolidar como líder do setor, a WeWork Brasil enfrentou dificuldades financeiras, que resultaram em inadimplência com diversos locadores em 2024.
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Em comunicado oficial, a WeWork declarou que permanece comprometida em “manter operações financeiramente sustentáveis”. A empresa enfatiza a importância de uma gestão sólida para garantir o futuro da operação.
John Santora, CEO global da WeWork, destacou, em nota após a aquisição da operação brasileira, que a reintegração da WeWork Brasil à estrutura global da empresa é “um passo importante para fortalecer nossa posição no país”, sublinhando o compromisso da companhia em consolidar sua presença na região estratégica do mercado latino-americano.
Claudio Hidalgo, presidente regional da WeWork para a América Latina, explicou que a integração, que se refere à compra da participação do SoftBank, é “fundamental para otimizar nossos processos e aumentar a eficiência operacional”.
Além disso, ele destacou sua expectativa de “unificar” as equipes da WeWork, para garantir que a empresa continue sendo uma “plataforma imobiliária global líder para empresas de todos os tamanhos”.
Quais foram os motivos da crise na WeWork?
A WeWork, conhecida por popularizar o conceito de coworking globalmente, vivenciou um crescimento acelerado e se consolidou como líder no setor. No entanto, a empresa começou a enfrentar dificuldades financeiras com o impacto da pandemia. Em 2023, a companhia solicitou recuperação judicial nos Estados Unidos, um processo que foi finalizado no ano seguinte.
É importante ressaltar que a empresa não é dona dos imóveis onde opera. Na verdade, seus escritórios compartilhados são locados de fundos imobiliários (FIIs) e, em seguida, sublocados para outras empresas.
No Brasil, em 2024, a WeWork recebeu notificações de despejo de FIIs que possuíam os imóveis alugados pela empresa, após um atraso de três meses no pagamento dos aluguéis. Seu modelo de negócios consiste em alugar andares ou prédios inteiros e sublocá-los para outras empresas, oferecendo espaços já decorados e com serviços inclusos.
Em uma entrevista ao jornal “Valor Econômico” no início de 2024, antes dos atrasos nos pagamentos, Bruna Neves, executiva da empresa no Brasil, destacou que a WeWork foi prejudicada pelo aumento dos aluguéis durante a pandemia, quando o IGP-M, índice utilizado para correções, superou os 30% ao ano. “Nosso custo muitas vezes cresceu mais do que consegui recuperar”, afirmou ela.
A empresa conseguiu renegociar uma parte dos contratos, quitou os aluguéis em atraso ou deixou algumas áreas que ocupava. De 32 unidades no Brasil, a WeWork manteve 28 escritórios em março de 2024, a maior parte deles em São Paulo, mas também presentes no Rio de Janeiro, Minas Gerais e Rio Grande do Sul.
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