A Marfrig (MRFG3) anunciou que seu recurso para obter autorização de venda de três unidades de abate no Uruguai foi negado pela Comissão de Promoção e Defesa da Competência (CPDC) do país.
Avaliada em aproximadamente R$ 675 milhões, a transação ainda depende de aprovação para avançar, mas enfrenta obstáculos no processo de análise regulatória.
A Minerva (BEEF3), interessada na aquisição, também divulgou sua intenção de recorrer da decisão da CPDC uruguaia, conhecida no Uruguai como Comissão de Promoção e Defesa da Concorrência (Coprodec).
Em comunicado, a Minerva destacou que a disputa pelas unidades no Uruguai permanece em aberto, mas esclareceu que essa situação não interfere na aquisição concluída de ativos da Marfrig em outros países da América do Sul.
A compra de operações no Brasil, Argentina e Chile foi formalizada em 28 de outubro, reforçando a posição da Minerva no setor de proteínas na região.
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A EQI Research considera a decisão da autoridade uruguaia negativa, embora não surpreendente.
Segundo o analista Tiago Maciel, caso a decisão seja mantida, a Minerva perderá cerca de 20% da capacidade de abate inicialmente projetada na transação, o que reduz os ganhos potenciais de escala e de alavancagem operacional do negócio.
“Além disso, também limita os benefícios de uma maior diversificação geográfica, que poderia fortalecer o poder de arbitragem nas operações da Minerva”, complementa Maciel.
Outros negócios da Marfrig na região
A Marfrig finalizou em agosto do ano passado um acordo para vender 16 plantas de abate à Minerva, o que alterou significativamente seu perfil na América do Sul.
Na segunda-feira (28), a Minerva anunciou a conclusão de uma nova fase da aquisição de ativos relacionados a ovinos e bovinos no Brasil, Argentina e Chile. Com essa adição, a empresa poderá processar até 41.789 bovinos e 25.716 ovinos por dia.
O valor total pago pela Minerva à Marfrig foi de R$ 5,68 bilhões, sendo R$ 5,32 bilhões acordados no fechamento da operação, em agosto, e R$ 355 milhões em correções pelo CDI e outros ajustes sobre o preço inicial.
Esta fase da transação inclui 13 novas unidades industriais de abate e desossa de bovinos e ovinos, além de um novo centro de distribuição, totalizando 46 unidades operacionais em sete países: Brasil, Paraguai, Argentina, Uruguai, Colômbia, Chile e Austrália.
De acordo com o comunicado, a conclusão da aquisição “representa um importante passo na estratégia de negócios e maximização da capacidade operacional da Minerva Foods no mercado global de proteína animal.”
Conforme o cronograma da empresa, o primeiro abate nos ativos adquiridos está agendado para o dia 4 de novembro.
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