A OSX, empresa pertencente a Eike Batista, protocolou um segundo pedido de recuperação judicial na Justiça do Rio de Janeiro, devido a suas dívidas que somam R$ 7,9 bilhões. No novo pedido, a OSX relaciona a necessidade de uma nova recuperação à administração da Prumo, controladora do Porto de Açú, no Rio de Janeiro, onde a OSX possui instalações para construção naval.
A empresa alega negligência e precariedade por parte da Porto de Açú durante o primeiro processo de recuperação judicial, acusando a empresa de não gerar receitas suficientes para quitar as dívidas, que foram estimadas em mais de 5 bilhões de reais em 2013.
A OSX argumenta que a Porto de Açú não está interessada na reestruturação da OSX e planeja tomar a área ocupada pela empresa em suas instalações.
No pedido, a OSX detalha episódios em que afirma ter sido prejudicada pela gestão da Porto de Açú, incluindo recusas em firmar contratos de locação. A empresa destaca a importância do processo de recuperação para cumprir suas obrigações com os credores.
Segundo relatórios divulgados pela OSX, nos dois primeiros anos sob a nova direção, a empresa registrou um aumento de 700% na receita anual e atraiu R$ 2 bilhões em recebíveis, além de mais de R$ 600 milhões em investimentos na área.
Relembrando o caso Eike
Eike Batista, nascido em 3 de novembro de 1956 em Governador Valadares, Minas Gerais, é o fundador da OSX. Ele é engenheiro metalúrgico formado pela Universidade de Aachen (Alemanha) e, ao longo de sua carreira, atuou em diversos setores, incluindo mineração, energia e construção naval.
Eike ganhou notoriedade como empreendedor e chegou a ser o brasileiro mais rico em 2012, com uma fortuna estimada em US$ 30 bilhões.
No entanto, o império empresarial de Eike Batista começou a desmoronar em 2013 devido a resultados abaixo das expectativas, especialmente no setor de petróleo. Ele renunciou ao conselho da MPX, uma de suas empresas, e enfrentou investigações e condenações por corrupção ativa e lavagem de dinheiro em conexão com o ex-governador do Rio de Janeiro, Sergio Cabral. Atualmente, aos 65 anos, Eike Batista cumpre prisão domiciliar em uma mansão no Jardim Botânico, Rio de Janeiro, com uma condenação que ultrapassa 28 anos.
Suas empresas, como a OGX e a MMX, passaram por processos de recuperação judicial, sendo vendidas ou renomeadas para se adaptar às mudanças no cenário empresarial. Eike ainda está envolvido em dois negócios, MMX e OSX, mas está impedido de assumir cargos de administração em companhias abertas até 2026 pela Comissão de Valores Mobiliários (CVM).