A Gafisa (GFSA3) tem um impasse com a acionista ESH em relação à convocação de uma Assembleia Geral Extraordinária (AGE). A ESH solicitou à Comissão de Valores Mobiliários (CVM) a interrupção do prazo para a realização da AGE, marcada pela Gafisa para 26 de abril, às 18h.
A acionista argumenta que a AGE foi agendada em desacordo com os prazos legais mínimos e máximos estabelecidos pela Lei das Sociedades Anônimas e pela Resolução da CVM nº 81. Segundo a ESH, a data escolhida não respeita a urgência requerida no pedido de convocação e sugere um conflito de interesses por parte da administração da Gafisa.
Em resposta, a ESH propõe que a CVM reconheça a ilegalidade da AGE convocada pela Gafisa e valide uma nova convocação para 18 de março, também às 18h, para tratar das mesmas questões.
A Gafisa, por sua vez, defende a legalidade da convocação original, alegando que seguiu todos os procedimentos corretos e que a AGE ESH não deve ser considerada pelos acionistas. A empresa reitera sua posição com base em documentos oficiais, como a ata da Reunião do Conselho de Administração e o Fato Relevante divulgados anteriormente.
Leia o documento na íntegra, clique aqui.
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Gafisa: ESH eleva participação da empresa
Em meio a crise entre a administração da Gafisa e a ESH, a gestora aumentou ainda mais sua participação na empresa. Na última quinta-feira (29), a gestora adquiriu mais ações ordinárias da construtora, chegando aos 12,07 milhões de papéis, correspondente a aumentou ainda mais sua participação
Em paralelo, a Perenne Investimentos e os fundos sob sua gestão venderam todas as ações de emissão da companhia de sua titularidade, tendo reduzido sua posição para 0%.
Essa gestora declarou que não detém bônus de subscrição, ou direitos de subscrição de ações, opções de compra, debêntures conversíveis emitidas pela Gafisa; e que não há contratos celebrados contendo disposições relativas a direitos de voto ou compra e venda de valores mobiliários.
Compreenda o conflito na Gafisa
A controvérsia na Gafisa se inicia com a venda de cotas do Brazil Realty FII, um fundo imobiliário com ativos da Gafisa. A Esh contesta essa transação, alegando que foi uma manobra para ocultar a inadimplência de dois fundos, Bergamo FIM e Panarea FIM, resultando em uma perda de R$ 100 milhões para a Gafisa.
A segunda transação sob escrutínio é a alienação da RK8 SPE, detentora de um empreendimento imobiliário em São Paulo, para o Altamura FIP, um fundo de participações.
A Esh denuncia essa venda como fraudulenta, indicando conexões entre o Altamura FIP e um dos acionistas da Gafisa, culminando em um prejuízo de R$ 280 milhões para a empresa.
Diante dessas alegações, a Esh convocou uma Assembleia Geral Extraordinária (AGE) com o intuito de suspender os direitos do empresário Nelson Tanure.
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