As montadoras japonesas Nissan e Honda divulgaram o fim das negociações para uma fusão que poderia criar uma gigante automotiva avaliada em US$ 60 bilhões. O fracasso das tratativas lança a Nissan em um cenário de maior incerteza, em um contexto de queda nas vendas e crise por causa de mudanaças na gestão.
As conversas, iniciadas em dezembro, foram interrompidas devido a divergências sobre a estrutura de poder na nova companhia. Segundo fontes, o principal impasse foi a proposta da Honda de transformar a Nissan em uma subsidiária da empresa combinada, algo que a terceira maior montadora do Japão não aceitou.
Apesar do fim da fusão, as empresas afirmaram que continuarão colaborando em tecnologia e outras áreas estratégicas, parceria que analistas consideram essencial para enfrentar o avanço das montadoras chinesas no setor de veículos elétricos.
Nissan e Honda: fusão poderia ter ainda a Mitsubishi
A combinação de negócios entre as duas empresas tinha ainda uma terceira interessada: a Mitsubishi, que poderia entrar depois nesse conglomerado.
A Nissan enfrenta uma das maiores crises de sua história, marcada pela queda nas vendas em todo o mundo, dificuldades de gestão e pressão por mudanças estratégicas. Em resposta à gravidade da situação, em dezembro do ano passado, o CEO da montadora, Makoto Uchida, prometeu cortar 50% no próprio salário, como parte de um esforço para reverter o declínio da empresa.
Além disso, a empresa ainda precisa lidar com as consequências da crise gerencial desencadeada pela prisão do ex-presidente Carlos Ghosn, em 2018, e segue sem um parceiro estratégico de longo prazo. Desde então, a fabricante japonesa tem tentado se manter após o fim da aliança com a francesa Renault, costuada por Ghosn.
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