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Duas a cada mil empresas do país estão em recuperação judicial 

Duas a cada mil empresas do país estão em recuperação judicial 

A quantidade de empresas em recuperação judicial vem aumentando desde janeiro, mas o número no terceiro trimestre bateu recordes. Cerca de 40% de todos os pedidos registrados em 2023 foram feitos entre julho e setembro, segundo a Serasa Experian. 

O Brasil atingiu a marca de 3.873 empresas em recuperação judicial entre julho e setembro: são quase duas a cada mil em atividade no país, tendo como base 2,16 milhões de matrizes de pequeno, médio e grande porte.

Apenas em setembro 136 empresas pediram recuperação judicial – um salto de 94,3% em comparação ao mesmo período do ano passado e o maior volume desde agosto de 2019. 

O processo é consequência do aumento da inadimplência que começou em setembro de 2021, com os juros em alta no país.

O estoque de processos – a soma do que entrou com o que já estava em andamento na Justiça – mostra que houve aumento dos casos de recuperação judicial de empresas, de acordo com dados do Monitor RGF de Recuperação Judicial, desenvolvido pela consultoria RGF & Associados. 

A diferença, no período, ficou em 40% – portanto, mais empresas estão entrando em recuperação do que saindo. 

Entre os destaques do período, a 123milhas entrou com o processo em agosto, com mais de R$ 2 bilhões em dívidas e 700 mil credores. Além disso, em 2023, Americanas (AMER3), Light (LIGT3), Oi (OIBR3) e mais entram na lista.

A Serasa Experian aponta que, entre janeiro e setembro, 966 empresas entraram com pedido de recuperação judicial em todo o país. O cenário foi mais desafiador para micro e pequenas empresas – 611, mais de 60% do total. 

Em 2022, em todo o ano, foram 833 pedidos; em 2021, 891. 

Recuperação judicial: o que motiva maior busca

O que mais pesa nesse cenário, segundo os especialistas, é a alta taxa de juros, que dificulta o pagamento de dívidas. Durante a pandemia, quando a Selic ainda estava em 2%, as empresas se alavancaram com a oferta de crédito – sem esperar que a taxa subiria ao patamar de dois dígitos rapidamente.

Neste ano, mesmo depois de três cortes, a Selic continua alta, em 12,25% ao ano, e as empresas não estão mais conseguindo honrar seus pagamentos. 

O cenário mudou não apenas para as empresas, mas para o comportamento do consumidor também, o que afetou os resultados das companhias.

Com isso, os credores, que durante a pandemia estavam mais benevolentes, mudaram de postura: agora não existe mais tanta margem para negociação.