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CVM adia assembleia para votação da fusão entre BRF e Marfrig

CVM adia assembleia para votação da fusão entre BRF e Marfrig

A Comissão de Valores Mobiliários (CVM) suspendeu a assembleia geral extraordinária que estava marcada para amanhã (18) e decidiria sobre a fusão entre BRF e Marfrig. A informação foi divulgada pelo jornalista Lauro Jardim, da coluna do jornal O Globo.

Segundo Jardim, a decisão do colegiado da CVM foi tomada após uma representação protocolada pela Latache Capital, acionista minoritária da BRF ($BRFS3). A empresa alega uma série de irregularidades no processo, incluindo “insuficiência da documentação apresentada”, “ilegalidades na formulação da ordem do dia” e “ausência de independência dos membros de comitês alegadamente independentes”.

A Latache também questiona a “participação dos controladores (Marcos Molina e sua mulher, Marcia) nas deliberações do conselho de administração” tanto da BRF quanto da Marfrig ($MRFG3), entre outras questões procedimentais que considera problemáticas.

BRF e Marfrig esclarecem decisão da CVM

Apesar da informação do jornalista do O Globo, em fato relevante nesta terça-feira (17), BRF e Marfrig esclareceram que a CVM analisou dois pedidos relacionados à assembleia extraordinária: um de interrupção e outro de adiamento.

“Não identificou elementos que justificam a interrupção e, consequentemente, indeferiu o pedido de interrupção da assembleia”, informaram as companhias sobre a decisão do órgão regulador.

No entanto, a CVM solicitou a disponibilização de determinadas informações adicionais utilizadas pelos comitês independentes das companhias, deferindo o pedido de adiamento pelo prazo de 21 dias contados da respectiva disponibilização.

“Estão avaliando, em conjunto com seus assessores, o teor da referida decisão, bem como as eventuais medidas cabíveis, incluindo eventual pedido de reconsideração”, disseram as empresas.

O comunicado também garantiu que o mercado será mantido informado sobre os desdobramentos, inclusive com relação à data de realização das assembleias gerais extraordinárias da BRF e da Marfrig convocadas para o dia 18 de junho de 2025.

Entenda a operação bilionária com a fusão entre BRF e Marfrig

A Superintendência-Geral do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) havia aprovado, sem restrições, o processo de fusão entre BRF  e Marfrig no início de junho. 

As companhias destacaram em fato relevante conjunto que “a aprovação se tornará definitiva após o prazo de 15 dias contados da sua publicação, caso não haja manifestação de membro do Tribunal do Cade ou interposição de eventuais recursos”.

O movimento de incorporação foi anunciado pela Marfrig em meados de maio, com a proposta de assumir integralmente as ações da BRF que ainda não detém. A Marfrig já possui 50,49% de participação na BRF e, com a conclusão da operação, seria formada a MBRF, uma nova empresa com presença global e faturamento consolidado de R$ 152 bilhões nos últimos 12 meses.

A incorporação reforçaria a tendência de concentração no setor de proteína animal, colocando a futura MBRF em posição estratégica no mercado internacional de carnes e alimentos processados.

Detalhes da transação

A operação estabelece uma relação de troca de R$ 0,8521 ação da Marfrig para cada ação da BRF detida pelos acionistas minoritários. O acordo considera ainda uma distribuição máxima de proventos pelas duas companhias, no valor total de R$ 6 bilhões — sendo R$ 2,5 bilhões pagos pela Marfrig e R$ 3,5 bilhões pela BRF.

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