A Marfrig ($MRFG3) e BRF ($BRFS3) estão próximas de se unirem de forma definitiva. As duas companhias comunicaram a assinatura do “Protocolo e Justificação de Incorporação das Ações de Emissão da BRF pela Marfrig”. A operação, caso aprovada, resultará na incorporação da totalidade das ações da BRF ainda não detidas pela Marfrig, que passará a controlar integralmente a companhia.
As empresas estimam que a operação gere sinergias operacionais, comerciais e fiscais que podem alcançar R$ 805 milhões ao ano – R$ 485 milhões em aumento de receita e redução de custos operacionais, e R$ 320 milhões em economia com despesas administrativas e logísticas. Além disso, prevê-se uma otimização fiscal de R$ 3 bilhões em valor presente líquido.
A proposta será submetida à deliberação dos acionistas em assembleias gerais extraordinárias convocadas para o próximo dia 18 de junho: às 9h, no caso da BRF, e às 11h, no caso da Marfrig. A operação prevê a troca de 1 ação ordinária da BRF por 0,8521 ação ordinária da Marfrig, excluindo os papéis já detidos pela própria Marfrig.
Com a incorporação, a BRF se tornará subsidiária integral da Marfrig, consolidando a formação de uma das maiores empresas globais de alimentos, com forte presença nos mercados interno e externo e portfólio diversificado em proteínas animais e vegetais.
Marfrig e BRF: ganhos estratégicos
Entre os ganhos estratégicos esperados estão o fortalecimento das marcas, expansão internacional com iniciativas de cross-selling, aumento de escala e mitigação de riscos associados à sazonalidade e a fatores macroeconômicos.
A incorporação tem custo estimado em R$ 24 milhões, incluindo gastos com auditorias, assessorias financeiras e legais, publicações e outras despesas relacionadas. As empresas afirmam não identificar riscos relevantes além dos inerentes às suas operações normais, mas reconhecem que o sucesso da integração dependerá da efetividade na redução de custos e consolidação das estruturas.
A relação de troca considera a distribuição de dividendos ou juros sobre capital próprio de até R$ 3,52 bilhões pela BRF e R$ 2,5 bilhões pela Marfrig, após o prazo para exercício de direito de retirada por acionistas dissidentes. Esses acionistas, caso optem por sair, não terão direito a essas distribuições. A proporção poderá ser ajustada apenas em casos de desdobramentos, grupamentos, bonificações ou conforme critérios específicos.