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CEOs e empresários brasileiros participam de conferência na Arábia Saudita

CEOs e empresários brasileiros participam de conferência na Arábia Saudita

Em meio à escalada dos conflitos no Oriente Médio, mais de 60 CEOs e empresários brasileiros estão prestes a desembarcar em Riad, na Arábia Saudita, para participar da Future Investment Initiative (FII), uma conferência anual promovida pelo príncipe saudita Mohammad bin Salman.

O evento, que começou a ocorrer em 2016, ganhou notoriedade nos últimos anos e tem sido apelidado de “Davos do Deserto”.

Este ano, ao contrário das edições anteriores em que o número de participantes brasileiros era limitado, uma comitiva expressiva de executivos e empresários locais está confirmada para marcar presença no FII. 

O interesse pela conferência cresceu após uma comitiva de 150 sauditas visitar o Brasil em agosto, em busca de oportunidades de investimento no país.

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Presença brasileira

O Brasil também marcará presença nos palcos do evento, com Jean Paul Prates, presidente da Petrobras, e Eduardo Bartolomeo, da Vale, estando entre os palestrantes desta edição. 

Além deles, Zeca Auriemo, chairman da JHSF, Ana Cabral-Gardner, fundadora da mineradora de lítio Sigma Lithium, e André Esteves, chairman do BTG Pactual – que até agora havia sido o único empresário brasileiro a discursar no evento –, também fazem parte da lista de palestrantes.

A Future Investment Initiative é uma vitrine da influência econômica saudita e do ambicioso projeto de modernização liderado pelo príncipe Bin Salman. 

O evento atrai líderes de grandes instituições financeiras e empresas, tanto do Oriente quanto do Ocidente, e tornou-se um ponto de encontro obrigatório para CEOs de peso, como Jamie Dimon, do JP Morgan; David Solomon, da Goldman Sachs; e Larry Fink, da BlackRock.

Até então, a presença brasileira na conferência estava limitada a André Esteves e executivos do BTG Pactual, banco que foi pioneiro na conexão do país com a Arábia Saudita e a única instituição financeira brasileira a pedir uma licença bancária na região. 

No entanto, a lista de participantes deste ano é muito mais diversificada, incluindo nomes como Bruno Ferrari, fundador da rede de tratamento oncológico Oncoclínicas, e Lucas Kallas, da gestora imobiliária Cedro Participações. 

Executivos de outros bancos, empresas do agronegócio, empresários e fundadores de startups também estarão presentes.

Em meio a guerra

Com o avanço da guerra entre Israel e Hamas, existiam expectativas de que o evento fosse cancelado ou que muitos participantes desistissem. 

Entretanto, a maioria dos inscritos optou por manter seus planos de participação. Segundo a Reuters, apenas o banco suíço UBS proibiu viagens à região do Oriente Médio.

Segundo o Financial Times, Richard Attias, chefe do FII Institute, afirmou que apenas dez a 20 pessoas teriam desistido de participar do evento, de um total previsto de mais de 6 mil inscritos. 

A maioria das desistências ocorreram devido a preocupações com a segurança ou cobertura de seguro.

Além das preocupações com a ameaça física do conflito, há também questões diplomáticas, com atenção especial para a postura do governo em meio a uma potencial escalada de conflito levando ao envolvimento de outros países árabes.

Recentemente, o príncipe Mohammad bin Salman deu sinais contraditórios em relação à postura dos Estados Unidos no conflito entre Israel e o Hamas. 

Primeiro ignorando o secretário de Estado americano Antony Blinken durante sua visita ao país arabe e, em seguida, pedindo a interrupção da ofensiva israelense, contrariando a posição dos EUA, que apoia Israel.

Apesar de algumas poucas desistências entre os participantes brasileiros devido ao risco de intensificação dos conflitos, a grande maioria está pronta para o evento, que ocorre essa semana, entre os dias 24 e 26 de outubro.

Investimentos no Brasil

A visita da comitiva saudita ao Brasil em agosto sinalizou interesse em diversas áreas – em especial os setores de mineração, energia, agronegócio e saúde. 

Até o momento, o maior investimento saudita no país foi a compra de uma participação de 13% na área de metais básicos da Vale, em conjunto com a gestora americana Engine Nº1, no valor de US$ 3,4 bilhões.

A Arábia Saudita, que tem ganhado proeminência global nos últimos anos, planeja investimentos significativos em sua economia, como parte do plano batizado de Visão 2030, liderado pelo príncipe Mohammad bin Salman. 

O plano visa abrir a economia saudita para o mundo, com previsão de investimentos de US$ 1 trilhão até 2030. 

Mesmo que apenas 2% desse montante seja direcionado ao Brasil, representaria um investimento de US$ 20 bilhões, o que explica o interesse crescente de empresários brasileiros nas relações com a Arábia Saudita.

Embora ainda não esteja claro como o cenário geopolítico atual na região afetará os planos sauditas, o evento oferecerá uma oportunidade para avaliar as perspectivas futuras. 

A expectativa é que as sessões da Future Investment Initiative discutam não apenas o impacto dos conflitos na região, mas também de outros locais, como a guerra na Ucrânia.