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Benjamin Graham: o investidor “pai” do Value Investing

Benjamin Graham: o investidor “pai” do Value Investing

Benjamin Graham foi um dos mais influentes investidores da história e segue, até os dias atuais, sendo muito importante, principalmente, devido ao seu trabalho focado em value investing. Conheça mais da história do gênio que é autor da “Bíblia dos investimentos” e foi mentor de Warren Buffett

Conhecendo Benjamin Graham

Benjamin Graham nasceu em Londres, no dia 8 de maio de 1894. Ainda com 1 ano sua família se mudou para os Estados Unidos. Ben e o mercado financeiro tiveram o primeiro contato devido ao pânico financeiro de 1907, que deixou sua família sem dinheiro.

Com o falecimento do pai, Graham se voltou aos estudos, focado em obter educação de alta qualidade. Deu certo: com apenas 20 anos, formou-se na Universidade Columbia com o título de Salutatorian – título concedido ao segundo melhor aluno graduado dentre todos os graduados dos Estados Unidos. 

O sucesso nos estudos permitiu que o recém-graduado recebesse uma chance de se tornar professor na universidade, ensinando matemática, inglês e filosofia. Benjamin Graham, felizmente para muitos investidores, optou por seguir seu sonho profissional ao aceitar uma vaga de emprego na corretora de Wall Street Newburguer, Henderson & Loeb. 

 Seu trabalho inicial era escrever as descrições dos títulos que seriam recomendados pela corretora aos clientes. À medida em que foi escrevendo, a empresa reconheceu sua habilidade, até que passou a escrever todas as recomendações sozinho. 

Ganhando espaço de maneira veloz na corretora, as funções de Graham mudaram diversas vezes durante seu primeiro ano, desempenhando a sua melhor função como analista de valores mobiliários.

No período em que trabalhou na Newburguer, Graham constatou uma série de ativos que estavam abaixo de seu valor e seriam grandes oportunidades de investimento. Suas análises fizeram com que fosse promovido a sócio pleno em 1920, com apenas 26 anos. 

Já em 1923, Graham deixou a corretora para fundar sua própria empresa, a Graham Corp. Apesar do grande sucesso, negociações fracassadas com um de seus principais investidores fizeram com que ele fechasse a companhia após dois anos.

A carreira de Graham em Wall Street continuou quando abriu uma nova empresa de investimentos com seu amigo e corretor Jerome Newman. Nela, os investimentos iniciais de clientes chegaram a atingir 400% de alta em apenas três anos. 

Mesmo tendo habilidade e estratégia para lidar com o mercado financeiro em queda após a crise de 1929, Graham viu-se em um mercado em que ninguém queria negociar ativos mobiliários. Entretanto, ao final dos anos 30, a empresa com Jerome Newman tornou-se uma das mais bem sucedidas de Wall Street, com retornos médios anuais acima de 15%. 

“Security Analysis”, o primeiro livro de Benjamin Graham

Buscando novas oportunidades, deixou a Newburguer, Henderson & Loeb para criar sua própria empresa, a Graham-Newman. Em paralelo, em 1928, assumiu o cargo de professor na Universidade de Columbia, lecionando finanças para a classe do período noturno.

Durante o crash do mercado de ações ocorrido em 1929, quando perdeu grande parte de seu patrimônio, Graham se inspirou no momento que vivia e nos materiais utilizados para lecionar suas aulas de finanças e escreveu um livro de pesquisa com David Dodd, seu ex-aluno,  chamado “Security Analysis”, lançado em 1934. 

Rapidamente, o livro ganhou espaço entre os grandes investidores. Em seu conteúdo o livro abordava todos os princípios do Value Investing, investimento de valor, que envolvia comprar ações desvalorizadas com potencial de crescimento no longo prazo.

Apesar da crise financeira que havia acontecido recentemente, enquanto o mercado era conhecido pela especulação, o livro que abordava valor intrínseco e margem de segurança na compra de ações provou seu valor, sendo tratado como uma referência para os investidores.  

Grandes investidores como Warren Buffett, autointitulado um discípulo de Graham, elogiaram o livro após obterem grande sucesso ao ganhar dinheiro no mercado de ações, tomando decisões com base nos ensinamentos abordados.

Benjamin Graham e o Value Investing 

Em 1949, Graham publicou o livro “O investidor inteligente”, no qual os conceitos de value investing foram introduzidos, diferenciando investimento e especulação no mercado de ações. 

Segundo Graham e Dodd, o value investing parte da análise do valor intrínseco de uma ação, independentemente do valor no mercado financeiro.

A metodologia aplicada utiliza fatores como ativos, lucros e dividendos para definir seu valor intrínseco em comparação ao valor de mercado.

De maneira simples, caso o valor da ação seja superior ao valor de mercado, o investidor deve comprar e mantê-la em carteira até que o valor de mercado e o valor intrínseco da ação se igualem.

A abordagem de Graham ao investir apresentava uma margem de segurança: o investidor fica protegido das oscilações do mercado e de falhas na tomada de decisão. Para ele, os investimentos deveriam ser tratados de maneira séria, havendo a compreensão de riscos e consequências.

Um investidor pode sofrer negativamente por fatores como incapacidade de prever oscilações do mercado e irracionalidade ao investir, para isso, segundo Graham, ações desvalorizadas fornecem margem de segurança contra erros humanos.

Benjamin Graham normalmente comprava ações negociadas a dois terços de seu valor líquido, sempre buscando empresas com os maiores pagamentos de dividendos e baixos índices de endividamento em relação ao patrimônio líquido.

Benjamin Graham e “O Investidor Inteligente”

Considerado como a bíblia do value investing, “O Investidor Inteligente” tem como personagem o Senhor mercado, um investidor fictício que, diariamente, tenta vender ou comprar ações do investidor com preços oscilando, conforme seu otimismo ou pessimismo.

Segundo Graham, o investidor inteligente sempre realiza o mesmo movimento ao comprar dos pessimistas e vender para os otimistas.

Buscando evitar o “barulho do mercado” o investidor deve observar oportunidade para comprar na baixa e vender na alta, considerando as relações entre preço e valor surgidas em crises econômicas, eventos pontuais e erros humanos. 

Dentre as lições valiosas apresentadas por Benjamin Graham no livro estão: 

  • Não acompanhar a multidão;
  • Manter uma carteira de investimentos com 50% do valor em ações e 50% em caixa para possíveis oscilações do mercado;
  • Tomar cuidado com o day trade;
  • Observar com atenção as técnicas utilizadas pelas empresas nos balanços para deixar seu lucro por ação mais atraente

A relação entre Benjamin Graham e Warren Buffett 

O lendário investidor Warren Buffett, que descreveu o livro “O Investidor Inteligente” como o melhor livro de investimentos já escrito, teve uma longa relação de amizade com Graham. 

Assim como todos os alunos da Columbia Business School que tiveram aulas com Benjamin Graham, Buffet eventualmente desenvolveu uma estratégia própria e filosofia de investimento a partir do princípio da margem de segurança. 

Seguindo os princípios do value investing, que busca ações com preços extremamente baixos em relação ao seu valor intrínseco, Buffett ainda considera fatores como dívida, margens de lucro, se a empresa é pública, o quão dependente elas são de commodities e o quão baratas estão. 

A estratégia de Buffett busca ao máximo a qualidade da empresa, enquanto tem como filosofia manter as ações por um longo prazo, não visando somente o ganho de capital. 

Como objetivo, Buffett busca empresas extremamente capazes de gerar lucros por acreditar que nem sempre o mercado reconhece o valor de uma companhia. Ele afirma que nenhum investidor perdeu dinheiro ao utilizar o método de Graham.  

Benjamin Graham e seu sucesso como investidor

Enquanto construiu sua tese de investimentos através do Valor, Graham nunca comprou ações considerando que uma empresa alcançaria sucesso com um novo produto ou negócio. Ele, porém, encontrava empresas já consolidadas que estavam sendo negociadas abaixo de seu valor lógico. 

Seus princípios se provaram efetivos quando analisou a Northern Pipeline Company. Enquanto estudava um dos balanços que havia encontrado na biblioteca interestadual do comércio, Graham notou que a companhia possuía participações em títulos que não estavam relatados em seus balanços financeiros públicos. 

Enquanto a empresa era negociada em US$ 65 por ação e pagava dividendos de US$ 6, para a surpresa de Graham a companhia ainda possuía US$ 95 em títulos para cada ação em circulação. 

Na prática, isso significava que mesmo pagando uma grande distribuição de dividendos, a Northern Pipeline seguiria lucrativa e sem dívidas. Foi então que começou a adquirir ações da companhia, chegando ao montante de 2.000 ações dentre as 40.000 disponíveis no mercado.

Como resultado, após agir como um ativista, participando de reuniões de conselho por mais de dois anos, conseguiu convencer a administração da empresa a vender os ativos e distribuir o valor de US$ 70 por ação. 

As 4 lições de Graham

Se você quer ter sucesso como investidor, deve conhecer algumas das principais lições de Benjamin Graham.

  1. Diferenciar investidores de especuladores

O livro “O Investidor Inteligente” ensina exatamente isso. Graham insiste na tecla de que um investimento só é válido “quando há proteção e retorno adequado”, e que “todas as operações que não atendem a esse requisito são especulativas”.

“O principal interesse do especulador é antecipar e lucrar com as flutuações do mercado. Já o principal interesse do investidor é comprar e manter empresas certas a preços adequados”.

  1. Ações não são simples códigos

Tratar as ações como simples códigos é um erro primário cometido por muitos iniciantes no mercado de ações.

“Uma ação não é apenas um símbolo, é uma participação acionária em um negócio real, com um valor que não depende do preço da ação.”

  1. Sem margem de segurança, sem investimentos…

O tão falado Value Investing. Segundo Graham, o investidor precisa, sempre, descobrir qual o preço justo de uma ação e compará-lo com o que o mercado está pagando.

“Se houver uma diferença considerável, que garanta uma margem de segurança, ele investe.”

  1. Longo prazo é o melhor prazo

Segundo Graham, quando uma ação é avaliada em curto prazo, ela é influenciada pelos “votos” dos investidores.

Por conta disso, segundo o especialista, o mercado em longo prazo é o ideal, pois funciona como uma balança, influenciada pelo peso e pelo valor das empresas.

Essa tese de investimentos a longo prazo, amplamente defendida e difundida por Graham, ficou conhecida como buy and hold.

foto do livro O Investidor Inteligente
Reprodução

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