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Professor HOC responde: Chegou o fim da hegemonia do Dólar?

Professor HOC responde: Chegou o fim da hegemonia do Dólar?

Chegou o fim da hegemonia do Dólar? Essa foi a pergunta, ou melhor, o ponto de partida para iniciar o debate sobre política internacional na Money Week 100 dias de Governo

Com mediação do co-head de banking da EQI Investimentos, Alexandre Viotto, Professor HOC, referência na internet em conteúdo sobre geopolítica, deu uma aula sobre a influência chinesa na economia mundial e qual é a reação dos EUA para este fenômeno. 

Money Week: a volta da geopolítica

Viotto inicia a reflexão sobre a importância de compreender a geopolítica como uma forma de estratégia para investimentos de que o Brasil não é uma ilha e não está isolado. Logo, o que acontece no mundo “influencia, e muito, a vida do investidor brasileiro”. 

O Professor HOC responde, afirmando que os fatos no mundo influenciam em tudo. “Não tem uma decisão sobre preços e ativos que não tenha um dedo político. Quando eu falo em política, não estou dizendo apenas da doméstica, mas da política internacional também”, disse.

Diante deste raciocínio, Viotto questiona qual o mundo atual em que vivemos e se há uma nova ordem mundial em vigor. 

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Segundo o analista geopolítico, quem está acostumado a fazer análises econômicas, como o público da Money Week, pode ter dificuldades em compreender a lógica da geopolítica. Ele usa o exemplo da Guerra da Ucrânia para explicar esse conceito. 

“Às vezes, é difícil para quem tem uma lógica econômica compreender o motivo de um país entrar em guerra com o outro. Por que a Rússia invadiu a Ucrânia? Por que ela comprometeu a relação de venda de energia que ela tinha com os europeus? Do ponto de vista econômico, é natural questionar as ações russas, pois não há motivos lógicos para tal ação”, declarou. 

Só que a lógica da política e da guerra, da esfera internacional, é ditada por outros parâmetros. É importante virar a chave e olhar o cenário a partir de um outro ângulo para compreender para onde o mundo está indo”, complementa.

Ele explica que a primeira ferramenta para analisar o mundo geopolítico é compreender que a esfera internacional vive em um ambiente de anarquia. O que seria viver nessa anarquia internacional? Basicamente, é conviver em ambiente em que não há um mecanismo que controle e regule as relações entre os países, assim como acontece em um Estado Nacional em que há mecanismos de punição e mediação como uma polícia ou sistema judiciário. 

Dito isso, segundo HOC, na política internacional o mundo funciona na base de quem é mais forte. Então, a busca pelo poder é fundamental. Esse poder é necessário para que um país possa sobreviver, pois há sempre o risco de um outro país invadir o seu território. 

A geopolítica está de volta! Na verdade, ela nunca foi embora. Mas para quem não acompanhava, entendeu que ela está de volta, mas de um jeito diferente”, destaca. 

foto da Money Week

Como entender as relações de poder da política internacional com EUA e China?

Após compreender que na política internacional é fundamental a busca pelo poder, Professor HOC explica que isso pode afetar a relação entre EUA e China, que embora seja conflituosa há uma dependência econômica entre eles. 

Quando você está em um jogo de poder, você está disposto a perder muito. Por quê? Porque eu vou causar uma perda maior no meu adversário. Não é um jogo de cooperação, em que quando você ganha, eu ganho. Eu estou analisando o quanto você está ganhando e que isso está te fazendo mais forte por estar diminuindo a minha supremacia”, explica. 

foto da Money Week

Chegou o fim da hegemonia do Dólar?

Para iniciar a reflexão sobre a hegemonia do Dólar no mundo, Viotto informa que a China, em março, pela primeira vez da história, conseguiu que o Yuan ultrapassasse o dólar em exportações. Com isso, ele perguntou para o Professor HOC se isso é um indício que o Yuan está tomando o lugar da moeda norte-americana, ou se ainda há um longo caminho para que isso vire realidade.

Segundo o Professor HOC, o dólar ainda é a moeda dominante em todos os fatores de forma incontestável, com uma diferença muito gritante em relação às outras moedas.  

Há outros itens que podem estar mudando. Tudo está mudando. Existe um movimento de transição em que os EUA não têm o poder que ele tinha antes”, afirmou. 

Ele explica que os americanos ainda são a superpotência do mundo, mas que o seu país não tem mais aquela relevância que tinha durante as décadas de 1990 e 2000. “O mundo está vivendo uma unipolaridade parcial e não total”, resume HOC. 

O analista entende, em relação a moedas, que o mundo precisa de uma moeda comum e que ele sempre teve um ativo comum. Assim, se não for o dólar, o mundo precisará escolher outra. Deste modo, vem a questão: que moeda é essa? 

Óbvio que todo mundo olha para a China pelo tamanho da sua economia. Só que ninguém entendeu que a China não quer ser a moeda dominante. Como assim? A China ter uma moeda dominante implica em uma transformação da economia chinesa, que pode provocar uma perda de poder do partido comunista chinês e dar poder político e econômico para outras pessoas e grupos. Esse desafio, o sistema político chinês não comporta e nem quer abrir mão”, explana. 

Então, segundo HOC, nesta perspectiva, os chineses preferem manter o poder e não lucrar por ter uma moeda dominante.

Para se aprofundar no debate sobre se chegou o fim da hegemonia do Dólar, confira todos os painéis da Money Week. Clique aqui.