Em 2022, o Bitcoin já desvalorizou 66,58%. Desde o auge da criptomoeda, em novembro de 2021, a queda foi ainda mais acentuada, na casa dos 74,71%. Inspirado neste cenário, o vencedor do Prêmio Nobel de Economia de 2008, Paul Krugman, decretou o fim do Bitcoin.
Em artigo para o New York Times, Krugman citou que o blockchains são inúteis e criticou a expressão “inverno cripto”. Na avaliação dele, a crise atual do mercado cripto não será somente mais uma estação, mas o fim destes ativos digitais.
Para fortalecer a sua crítica sobre o termo “inverno cripto”, Krugman usa o mito Ragnarok da mitologia nórdica que relata sobre o fim do mundo. O economista afirma que o atual “inverno mais se parece com o “fimbulwinter”, o inverno de vários anos que precede o fim de tudo.
“Nesse caso, [o fim de] todo o mundo cripto, não apenas das criptomoedas, mas de toda a ideia de organizar a economia ao redor do famoso ‘blockchain’“, declara Krugman.
Krugman critica descentralização das criptos e diz que Bitcoin é inútil
O vencedor do prêmio Nobel de Economia questiona a lógica da descentralização com a provocação sobre a utilidade disso. “Por que se dar ao trabalho e ao custo de manter um livro contábil em tantos lugares, e basicamente carregá-lo toda vez que uma transação ocorrer”, relata.
Krugman indaga o argumento de que o Bitcoin seria útil para fugir dos governos, sob o risco da inflação com impressão exagerada de moeda local. Na visão dele, isso não faz sentido, visto que as empresas do universo cripto já teriam feito isso com maior frequência do que as da economia tradicional.
“Bancos raramente roubam o dinheiro de seus clientes, enquanto as instituições cripto mais facilmente sucumbem à tentação; e a extrema inflação destruir o valor do dinheiro é algo que geralmente só acontece mediante o caos político“, defende.
Em seu artigo, o economista pondera que a notoriedade das criptomoedas é a conjunção de dois fatores: ideologia (com a desconfiança em relação aos bancos e governos) e paixão pela tecnologia.
“É uma história incrível e também uma tragédia. Não são apenas os pequenos investidores que perderam grande parte, senão todas as suas economias. A bolha do mundo cripto teve enormes custos para a sociedade como um todo. A mineração de Bitcoin sozinha usa tanta energia elétrica quanto muitos países“, arremata o economista.
Criptoanalista defende Bitcoin
Se Krugman decretou o fim do Bitcoin, Helena Margarido, criptoanalista da Monett, escreveu, em sua coluna no portal EuQueroInvestir, que o que mais importa neste momento é que “os criptoativos são instrumentos para uma profunda revolução social”. Como isso acontece? Os intermediários de confiança são substituídos pela tecnologia e a sociedade terá ganhos em função da completa aniquilação dessas figuras.
“Por isso, tanto faz se estamos vivendo um bear market, se a FTX quebrou, quem ganhou dinheiro ou o novo marco regulatório dos serviços relacionados a criptoativos no Brasil. Aqui na Europa, em meio a mais de 3 mil pessoas, ninguém está ligando muito pra isso”, reforça.
Margarido conclui a sua defesa do cenário cripto ao dizer que a palavra de ordem é CONSTRUIR. Com isso em mente, os resultados só poderão ser colhidos daqui há alguns anos.
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