O iene japonês caiu para o nível mais fraco em relação ao dólar em 34 anos na segunda-feira (29), apenas para se recuperar e provavelmente registrar sua melhor semana em mais de um ano. Na ocasião, o iene alcançou 160,03 em relação ao dólar pela primeira vez desde 1990, mas mais tarde fortaleceu-se para 156, em meio a especulações sobre uma possível intervenção das autoridades japonesas.
Já quarta-feira, a moeda registrou uma valorização de mais de 2%, sendo negociada perto de 153 em relação ao dólar. Alguns analistas de mercado sugerem que essa movimentação também pode ter sido influenciada por uma intervenção. As autoridades japonesas ainda não emitiram uma declaração oficial confirmando o seu papel no apoio à moeda.
O que acontece com o iene japonês?
Antes de o iene atingir 160, muitos analistas previam que os níveis entre 155 e 160 seriam o ponto crítico para uma possível intervenção por parte do Banco do Japão e do Ministério das Finanças do Japão.
Apesar dos avisos das autoridades japonesas e da decisão de política monetária do BOJ na sexta-feira passada (26), a fraqueza do iene continuou persistindo.
Desde sua mínima na segunda-feira, o iene tinha perdido 7,3%, marcando desde a histórica reunião do Banco do Japão em março, quando pôs fim ao único regime de taxas negativas do mundo. No entanto, a primeira intervenção suspeita ocorreu apenas depois de a moeda ter atingido 160 em relação ao dólar.
O iene também foi afetado pela persistente valorização do dólar, em meio às expectativas reduzidas de cortes iminentes nas taxas de juros pelo Federal Reserve. As recentes leituras da inflação nos EUA, que superaram as expectativas, destacaram os desafios que o banco central dos EUA enfrenta ao lidar com a inflação persistente.
O que acontece agora
Na sua mais recente reunião de política monetária em 26 de abril, o Banco do Japão (BOJ) manteve sua taxa de referência inalterada em 0% a 0,1%. Mais tarde, durante uma conferência de imprensa, o governador do BOJ, Kazuo Ueda, reconheceu a volatilidade do iene. Embora tenha assegurado aos mercados que as autoridades estavam monitorando a situação, não mencionou medidas específicas para lidar com essa volatilidade.
“Acho que o Banco do Japão provavelmente será forçado a continuar a intervir”, disse Edward Yardeni, presidente e estrategista-chefe de investimentos da Yardeni Research, à CNBC. “E acho que isso continua sendo um problema para o Japão, em vez de ter quaisquer consequências globais importantes.”
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