O clima é de tensão no Cerrado…
A regra de que Brasília nunca decepciona e quem gosta de fortes emoções mais uma vez se fez valer. No “barata voa” que tivemos nos mercados esta semana, o problema segue sendo o sagrado fiscal… Sempre ele.
Mas de novo a questão fiscal?
Sim. A dúvida continua sendo se o Planalto vai manter o “sacrossanto” teto dos gastos ou se aventurar em um aumento de despesas. Independentemente dos motivos, nobres ou não, os investidores ficam de cabelo em pé só com a possibilidade de haver gastos acima do esperado. A hora é de cortar despesas e não seguir com o cheque em branco…
Bolsa perdendo para todo mundo… literalmente
Ontem (20) foi dia de conseguirmos destaque em um ranking nada interessante. Enquanto Europa e Américas operavam no azul, o Ibovespa seguia no negativo. Foram poucos os papéis que suportaram a pressão de queda por conta do barulho gerado no político.
E ainda temos CPI
E só para não dizer que não tocamos no assunto, juro. Apesar de não acreditar em grandes desdobramentos em relação ao tal relatório da Comissão, o noticiário ruim ao Planalto não ajuda. Mesmo sem grandes novidades neste tema, pelo menos por enquanto. Devemos aguardar as cenas dos próximos capítulos…
E o dólar?
O Dólar, com toda essa confusão, segue pressionado, em um movimento que não foi maior só por culpa do Banco Central. Aliás, este segue enxugando gelo, sendo o principal vendedor da moeda americana no momento.
E já que lembramos dele:
Semana que vem tem Copom. As apostas eram para uma alta de 1%, mas o barulho todo em Brasília já fez parte dos analistas acreditar em 1,25%. Eu acho demais.
Muito mais provável o Banco Central seguir o comunicado da última reunião, repetindo a mesma dose do remédio. Politicamente, não seria um bom sinal mudar o call por conta de um problema gerado dentro do próprio governo.
E dólar no resto do planeta?
Com tapering à vista lá fora, problemas ainda sem solução com o mercado imobiliário chinês, Europa patinando com inflação, eu sigo relativamente pessimista com a nossa moeda. Não tem outro jeito. Independentemente do que o Banco Central brasileiro vier a fazer.
Aos exportadores, a hora é de aproveitar a janela. Já para os importadores, talvez valesse a pena esperar um pouco para ver se a turbulência ameniza.
A conferir…
Alexandre Viotto, head de câmbio e comércio exterior
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