Depois de uma certa calmaria, as notícias vindas do exterior acabaram por trazer preocupação ao mercado de câmbio. O dólar subiu com a quebra de dois bancos nos EUA, em um claro movimento de aversão a risco. As autoridades monetárias correram para apagar o incêndio e, ao que tudo indica, pelo menos por hora, o problema parece controlado.
Linha de Emergência
O Fed lançou uma linha especial de financiamento para fortalecer o sistema bancário. Esta medida foi essencial no esforço de conter o contágio da quebra do SVB, ainda no domingo passado. Indo um pouco mais além, o BC de lá garantiu estar preparado para quaisquer pressões de liquidez que possam surgir.
Refresco do Fed
As bolsas e os ativos mais arriscados (moedas emergentes na conta) reagiram bem a um boato que rolou nas mesas de operação na última segunda-feira.
A chance de uma pausa no ciclo de alta de juros, dando uma aliviada no aperto monetário.
Os mais otimistas falam até em uma queda nas Treasuries antes do final de 2023. Mas será mesmo?
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Economia aquecida, inflação idem
Apesar de boa parte da mídia especializada afirmar que o Fed pode sim dar uma freada nos juros, me parece um tanto arriscado apostar todas as fichas nisso.
Até sexta da semana passada, a expectativa era justamente o inverso disso, justamente por conta da resiliência da inflação e dados de emprego turbinados. Lembrando que teremos eleições para Presidente nos EUA já em 2024 e será difícil uma reeleição com os preços nas alturas. A conferir…
Tributação de dividendos
Mais ao sul, voltamos ao mesmo tema que permeia todo início de Governo. A sempre ventilada, Reforma Tributária.
Desta vez, o “pacote” incluiria de carona a nova regra fiscal que virá a substituir o teto de gastos.
Outro ponto que volta mais uma vez à pauta é a tributação de dividendos, algo que vez ou outra aparece como alternativa de aumento na arrecadação.
Seguimos de olho
Com todo o barulho gerado nos EUA após a quebra dos bancos, os investidores buscaram ativos menos arriscados nos últimos dias.
O real sofreu com este movimento, perdendo parte do suporte em torno da taxa de câmbio em R$ 5,10.
Outro ponto de atenção é a já referida regra fiscal que deve ser anunciada na sequência por Brasília.
Ou seja, seguimos com muitas nuvens no horizonte e o hedge continua sendo o melhor parceiro para quem se proteger de surpresas inesperadas no futuro próximo.
O meu muito obrigado e até semana que vem!
Câmbio, desligo.
Por Alexandre Viotto, head de câmbio e comércio exterior da EQI Investimentos