A Petrobras (PETR3; PETR4) confirmou que nesta quarta-feira (20), foi realizado o depósito da segunda parcela dos dividendos referentes ao anúncio de novembro do ano passado. O montante total distribuído aos acionistas alcança a cifra de R$ 17,5 bilhões.
Após o depósito inicial de R$ 0,672183 por ação ordinária (ON) e preferencial (PN) em fevereiro, a companhia disponibilizou mais R$ 0,672182 por ação, resultando em um valor total por ação de R$ 1,344365.
Os investidores que mantiveram posição acionária ao término da sessão do dia 21 de novembro de 2023 foram contemplados com o direito ao recebimento deste recurso.
Segundo o Status Invest, o dividendo pago representa um dividend yield de aproximadamente 1,8%, um retorno considerável para os acionistas da gigante petrolífera.
Petrobras: fim dos dividendos extraordinários?
Após o balanço do quarto trimestre de 2023 (4TRI23), a Petrobras divulgou que pretende distribuir um total de R$ 14,2 bilhões em dividendos relativos ao último trimestre de 2023. A decisão será apresentada para aprovação na Assembleia Geral Ordinária (AGO), agendada para 25 de abril.
Se aprovada, essa distribuição aumentará o montante total de dividendos pagos no ano de 2023 para R$ 72,4 bilhões, correspondendo a 45% do fluxo de caixa livre do período.
Apesar disso, os dividendos anunciados pela Petrobras não foram bem recebidos pela EQI Research. Luís Moran, head da EQI Research, afirmou, no Morning Call da casa de análises, que a empresa optou por não conceder dividendos extraordinários aos acionistas.
Moran apontou que havia uma previsão de distribuição de dividendos além dos 45% estipulados pela política da empresa, com a utilização de todo excedente de caixa gerado para a exploração petrolífera. No entanto, a Petrobras decidiu formar uma reserva de capital com esse excedente, que não será empregada em investimentos, mas sim reservada para futuros dividendos.
A postura da Petrobras quanto à distribuição de dividendos foi criticada por Moran, que vê nisso um sinal de falha na disciplina de alocação de capital.
Ele ressalta que a expertise da Petrobras está na produção e exploração de petróleo, especialmente em águas profundas, e que a companhia deveria focar seus esforços nessa área.
A ausência de dividendos extraordinários e a continuidade da política formal de dividendos fazem com que a Petrobras se assemelhe a outras empresas do setor, segundo Moran.
Ele questiona o diferencial da Petrobras no mercado e expressa preocupação com a atratividade da empresa para investidores estrangeiros, considerando os desafios políticos e a gestão de capital da companhia.
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