O Bitcoin cai forte. A criptomoeda voltou a operar em forte queda, atingindo níveis não vistos há mais de seis meses, em um movimento que refletiu a redução do apetite por risco e a cautela dos investidores diante das expectativas para a política monetária dos Estados Unidos. A principal criptomoeda do mercado tocou US$ 86.325, o menor valor desde 21 de abril.
O recuo ocorreu após a divulgação de dados de emprego americanos mais fortes que o previsto. A economia dos EUA criou 119 mil vagas em setembro, acima das 50 mil estimadas por economistas consultados pela Dow Jones. O resultado levantou dúvidas sobre a disposição do Federal Reserve em promover um novo corte na taxa básica de juros no próximo mês.
Segundo a ferramenta FedWatch, do CME Group, a probabilidade de uma redução nos juros em dezembro subiu para cerca de 40% após o relatório, reforçando a volatilidade nos mercados financeiros.
Bitcoin cai: pressão generalizada no mercado cripto
A queda do Bitcoin fez parte de um movimento mais amplo de realização no setor de criptomoedas. O XRP recuou 2,3%, negociado abaixo de US$ 2, enquanto o ether permaneceu estável no dia. Já a memecoin Dogecoin caiu mais de 3%, sendo negociada bem abaixo de US$ 3 mil.
O enfraquecimento do Bitcoin também afetou o mercado acionário, especialmente empresas ligadas à inteligência artificial. Investidores com forte exposição a ações do setor de tecnologia, como a Nvidia (NVDA; NVDC34) — que divulgou resultados corporativos positivos — costumam ter posições relevantes em bitcoin, o que cria uma correlação entre ambos os movimentos.
Efeito das liquidações do início de outubro
O desempenho da criptomoeda continua pressionado desde a onda de liquidações em cascata de posições altamente alavancadas registradas no início de outubro, que ampliaram a volatilidade e derrubaram preços em todo o mercado digital.
Com a combinação de incerteza macroeconômica, ajustes em posições arriscadas e dados robustos da economia americana, o Bitcoin segue sensível às expectativas em torno dos próximos passos do Federal Reserve — que permanecem no centro da atenção dos investidores globais.
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