O cenário para o IPCA – Índice de Preços ao Consumidor Amplo, considerado o índice oficial de inflação, seguirá com cenário desafiador para 2022. É o que aponta relatório do banco BTG Pactual (BPAC11). Os principais riscos para a inflação são os preços dos combustíveis e dos alimentos. O banco projeta a inflação em 5,8% para o fim do ano.
De acordo com o relatório do banco, no que diz respeito aos combustíveis, a aceleração do preço do petróleo Brent, que já negocia consistentemente no patamar de US$90/barril, deve ser repassada ao consumidor em breve. Isto trará um viés altista para o componente.
Com relação aos alimentos, as estimativas mais fracas para as safras na América do Sul estão impulsionando os preços das soft commodities. O que deve ser repassado ao consumidor. Isto pode ocorrer tanto via grãos, hortaliças e outros bens, como através da carne bovina, que também sofre pressão pelo retorno da demanda usual dos importadores.
Ainda de acordo com o banco, os componentes subjacentes podem perder fôlego com a desaceleração da atividade sinalizada pelos dados de confiança. Porém, aguarda que o movimento de acomodação ocorra ao longo deste e do próximo ano.
IPCA em linha com o esperado
O resultado do IPCA de janeiro apresentou alta de 0,54% em relação a 0,55% esperado pelo consenso de mercado. Desacelerando ante a leitura do mês de dezembro do ano passado, 0,73.
Com isso, a inflação acumulada em 12 meses fechou com alta de 10,38%, vindo de 10,06% – ou seja, a leitura anual voltou a acelerar, conforme o banco obervou em grande parte do ano passado.
O segmento de alimentos e bebidas apresentou o maior peso no indicador no mês, com alta de 1,11%.
“Além disso, destacamos a manutenção da média dos núcleos em patamar elevado (0,87% m/m) e da Difusão que caiu na margem, de 74,80% para 73,21%, importantes indicativos de uma composição desfavorável para o IPCA, com avanços altamente disseminados entre os segmentos”, completa o relatório.