O iPCA-15 de fevereiro ficou em 0,76%, de acordo com dados divulgados nesta sexta-feira (24) pelo IBGE. O índice, considerado a prévia da inflação oficial do país, foi puxado especialmente pelas altas no item Educação, com 6,41% de alta e 0,36 p.p. de impacto na composição do índice.
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No acumulado dos últimos 12 meses, a variação do IPCA-15 ficou em 5,63%, abaixo dos 5,87% observados nos 12 meses imediatamente anteriores. Em fevereiro de 2022, o IPCA-15 havia sido de 0,99%.
Com exceção de Vestuário, cujos preços recuaram 0,05% depois da alta de 0,42% em janeiro, oito dos nove grupos de produtos e serviços pesquisados tiveram alta no mês de fevereiro. O destaque foi Educação, que mostrou a maior variação e o maior impacto no índice.
Os grupos Habitação (0,63% e 0,10 p.p.), com aceleração em relação ao mês anterior (0,17%), e Alimentação e bebidas (0,39% e 0,08 p.p.) apareceram em seguida. Os demais ficaram entre o 0,08% de Transportes e o 0,78% de Comunicação.

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Início do ano letivo pressiona IPCA-15 de fevereiro
No grupo Educação, a maior contribuição veio dos cursos regulares (7,64%), por conta dos reajustes habitualmente praticados no início do ano letivo. As maiores variações vieram do ensino médio (10,29%), do ensino fundamental (10,04%), da pré-escola (9,58%) e da creche (7,28%). Ensino superior (5,33%), curso técnico (4,50%) e pós-graduação (3,47%) também registraram altas.
O grupo Habitação (0,63%) acelerou em relação a janeiro (0,17%), influenciado pelas altas em aluguel residencial (0,89%) e condomínio (0,62%). A taxa de água e esgoto (1,32%) também registrou alta em fevereiro, consequência dos reajustes aplicados em Belo Horizonte, Brasília, Fortaleza e Salvador.
Vale ressaltar o resultado do subitem gás encanado (1,50%), em decorrência das altas de 4,22% no Rio de Janeiro, onde houve aumento de 9,00% no dia 1º de janeiro e, posteriormente, redução de 2,86% a partir de 1º de fevereiro, e de 4,60% em Curitiba, onde houve aumento de 13,34% em função do reajuste nas tarifas e da mudança na forma de cobrança, a partir de 1º de fevereiro.
Em São Paulo (-0,71%), a redução de 0,71% a partir de 1º de janeiro não havia sido incorporada no IPCA-15 de janeiro e foi apropriada integralmente no IPCA-15 de fevereiro.
Ainda em Habitação, a energia elétrica subiu 0,35%, após queda de 0,16% no mês anterior. Os resultados das áreas foram desde -3,44% em Brasília até 5,99% em Salvador, onde o ICMS retornou ao patamar de 27% a partir de 1º de janeiro.
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Alimentação desacelera no IPCA-15 de fevereiro
A variação de Alimentação e bebidas (0,39%) ficou abaixo da registrada em janeiro (0,55%). Os preços dos alimentos para consumo no domicílio subiram 0,38%, influenciados pelas altas da cenoura (24,25%), das hortaliças e verduras (8,71%), do leite longa vida (3,63%), do arroz (2,75%) e das frutas (2,33%).
No lado das quedas, destaca-se a redução nos preços da cebola (-19,11%), do tomate (-4,56%), do frango em pedaços (-1,98%) e das carnes (-0,87%). A alimentação fora do domicílio (0,40%) ficou com resultado próximo ao do mês anterior (0,39%). O lanche teve alta de 0,78% e, a refeição, de 0,16%.
Em Transportes, houve uma desaceleração de janeiro (0,17%) para fevereiro (0,08%). A principal razão foi a queda de 9,45% nos preços das passagens aéreas. Todos os combustíveis (-0,28%) registraram queda de preço em fevereiro: etanol (-1,65%), gás veicular (-1,59%), óleo diesel (-0,59%) e gasolina (-0,04%). Destaque também para a alta do subitem emplacamento e licença (1,62%), que incorporou a fração mensal referente ao IPVA de 2023.
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Ainda em Transportes, a alta de 0,99% nos ônibus urbanos ocorreu devido ao aumento de 6,17% nas passagens do Rio de Janeiro (4,88%), vigente desde 7 de janeiro. A alta de 1,34% no subitem trem também reflete um reajuste ocorrido na região metropolitana do Rio de Janeiro (3,40%): as tarifas para a população em geral foram reajustadas em 48% a partir de 9 de fevereiro.
Cabe mencionar ainda a variação de 2,11% dos táxis, em função dos reajustes de 16,74% em Salvador (8,28%), em vigor desde 30 de dezembro, e de 8,88% no Rio de Janeiro (5,15%), a partir de 1º de janeiro.
O grupo Comunicação (0,78%) teve seu resultado influenciado pelas altas de tv por assinatura (2,50%), combo de telefonia, internet e tv por assinatura (1,35%) e acesso à internet (0,66%).
Em relação aos índices regionais, todas as áreas pesquisadas tiveram alta em fevereiro. A maior variação foi registrada em Salvador (1,19%), influenciada pelas altas dos cursos regulares (7,84%), da energia elétrica (5,99%) e da gasolina (5,16%). O menor resultado, por sua vez, ocorreu em Goiânia (0,41%), onde pesaram as quedas de 3,07% da gasolina e de 2,49% da energia elétrica.
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Sobre o IPCA-15
O IPCA-15 difere do IPCA somente no período de coleta e na abrangência geográfica. Para o cálculo do IPCA-15, os preços foram coletados no período de 14 de dezembro de 2022 a 12 de janeiro de 2023 (referência) e comparados com aqueles vigentes de 15 de novembro a 13 de dezembro de 2022 (base).
O IPCA-15 refere-se a famílias com rendimentos de 1 a 40 salários-mínimos, qualquer que seja a fonte, residentes nas regiões metropolitanas de Belém, Fortaleza, Recife, Salvador, Belo Horizonte, Rio de Janeiro, São Paulo, Curitiba, Porto Alegre, além do Distrito Federal e do município de Goiânia.
O economista-chefe da EQI Asset, Stephan Kautz, explica que o IPCA-15 veio acima do projetado pela empresa, de 0,70%, e que a análise do núcleo da inflação mostra uma interrupção do processo de desaceleração do índice.
“Vamos continuar monitorando, porque pode ser uma interrupção temporária, puxada pelas altas de educação que vieram acima do esperado. De toda forma, está acima do que espera o Banco Central”, afirmou Kautz, lembrando que a meta de inflação para este ano é de 3,25%, com 1,5% de tolerância para cima ou para baixo.
O analista diz que é importante acompanhar o impacto de possíveis medidas do governo para recuperação de crédito, que podem provocar aceleração da atividade econômica e, assim, mais pressão inflacionária. “Se isso acontecer, o BC vai demorar mais para reduzir a Selic e essa redução será menor do que se esperava”, explicou.
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