Renda fixa internacional: Bonds são uma boa opção para aproveitar as taxas atuais

O Índice de Preços de Gastos de Consumo Pessoal (PCE), que mede a inflação nos Estados Unidos, registrou um aumento mensal de 0,3% em março, acompanhado por uma aceleração de 2,5% para 2,7% no acumulado do ano. Essa tendência de inflação acima do esperado nos últimos três meses está provocando uma uma revisão das perspectivas em relação à velocidade com que o Fed poderá ajustar os juros. Diante desse cenário, os investidores arrojados podem considerar a renda fixa internacional, especialmente os chamados Bonds, para aproveitar as taxas atuais por períodos prolongados.

O que são Bonds?

Os Bonds são títulos de dívida emitidos pelo governo ou empresas privadas com o propósito de financiar projetos, atividades ou mesmo para refinanciar outras dívidas. O termo não se limita apenas aos títulos emitidos por empresas e governos estrangeiros; ele abrange também os instrumentos lançados por empresas brasileiras e pelo Tesouro Nacional do Brasil no exterior, frequentemente denominados em dólar. Além disso, é possível que sejam precificados em outras moedas.

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Da mesma maneira que acontece com os títulos domésticos, os investidores brasileiros têm a oportunidade de alocar seus recursos em títulos internacionais. Essa prática representa uma estratégia altamente eficaz para diversificar o portfólio, uma vez que o mercado internacional amplia significativamente o universo de opções de investimento disponíveis.

Como os Bonds funcionam?

Assim como ocorre no Brasil, quando uma empresa ou governo necessita de recursos financeiros para financiar projetos ou gerir suas dívidas, eles têm a opção de emitir Bonds no mercado americano. Esses títulos são então adquiridos por investidores interessados em emprestar dinheiro para essas entidades.

Agências de classificação de risco, como Moody’s, Fitch e S&P, atribuem notas aos Bonds para indicar seu nível de segurança e confiabilidade. É importante destacar que a classificação de risco de certos emissores é limitada pela classificação de risco do país em que estão sediados. Isso significa que nenhuma empresa privada desse país pode receber uma classificação de risco superior à do próprio país em que opera.

Cada Bond apresenta características individuais, incluindo prazo de vencimento, taxa de juros e modalidade de pagamento dos cupons (os juros). A taxa de juros associada ao empréstimo é influenciada por diversos fatores, entre eles o risco de crédito da emissão, que representa a probabilidade de o emissor não conseguir honrar o pagamento do empréstimo. Quanto maior o risco percebido, maior tende a ser a taxa de juros oferecida como compensação pelo investimento.

Uma diferença significativa entre o mercado financeiro dos Estados Unidos e o brasileiro é que, nos EUA, a maioria dos títulos possui taxas de juros pré-fixadas, enquanto no Brasil existem diversas opções indexadas à taxa básica de juros, a Selic, e à inflação.

Os investidores têm a opção de manter os Bonds até o vencimento, quando recebem o valor estabelecido, ou vendê-los no mercado secundário antes do vencimento, negociando com outros investidores pelo preço de mercado. Nos Estados Unidos, o mercado secundário é altamente líquido, o que significa que geralmente é fácil vender os Bonds, oferecendo flexibilidade para ajustar as posições de acordo com as necessidades dos investidores.

Principais tipos de Bonds:

Por tipo de emissor:

• Government Bonds: Os Government Bonds são emitidos por governos, incluindo o governo dos Estados Unidos. Os títulos do governo americano são conhecidos como Treasuries e são classificados de acordo com o prazo de vencimento, sendo eles Treasury Bills, Treasury Notes e Treasury Bonds.

• Corporate Bonds: Os Corporate Bonds são emitidos por empresas privadas quando necessitam captar recursos. Esses títulos se assemelham às debêntures no Brasil. No entanto, nos Estados Unidos, eles geralmente são lançados com taxas de juros pré-fixadas, proporcionando às empresas acesso a empréstimos mais acessíveis e a volumes maiores de recursos.

Por tipo de cupom:

Fixed Income: A maioria dos Bonds é emitida com taxa de juros pré-fixada e pagamento de cupom semestral. O cupom representa o valor pago ao investidor como juros do empréstimo e geralmente permanece fixo ao longo da vida do Bond.

Zero Coupon Bonds: São títulos de dívida que não oferecem pagamentos periódicos de cupons de juros. Ao invés disso, esses Bonds são emitidos com um desconto substancial em relação ao seu valor nominal e proporcionam apenas um pagamento único no vencimento.

Como investir em Bonds?

É possível investir em bonds do Brasil de diferentes formas. Há diversas gestoras que disponibilizam fundos de investimento em renda fixa internacional, os quais investem em bonds. Esses produtos estão acessíveis através das plataformas de negociação oferecidas por corretoras e bancos.

Também outra opção são os ETFs de renda fixa internacional. ETF, do inglês Exchange-Traded Fund, é uma abreviação para fundos de índices negociados em bolsa. Esses fundos operam com gestão passiva e seu objetivo é acompanhar o desempenho do índice ao qual estão vinculados. Nos dois exemplos mencionados, o primeiro investe em títulos de países desenvolvidos, enquanto o segundo se concentra em bonds dos Estados Unidos.

Também é possível investir em BDRs (Brazilian Depositary Receipts) de ETFs, que são recibos negociados na B3 representando cotas de ETFs listados no exterior. A Bolsa oferece mais de 20 opções de BDRs de ETFs de renda fixa. Por último, é possível investir ainda diretamente no exterior.

Onde investir com juros altos nos EUA

Neste contexto, é vantajoso para os investidores mais inclinados ao risco considerar títulos com prazos mais longos como uma maneira de assegurar as atuais taxas por períodos prolongados. Essa estratégia se torna ainda mais atraente devido às nuances na curva de juros.

A relação risco-retorno mais favorável pode ser encontrada nos títulos de empresas americanas de médio prazo, com vencimentos entre 5 e 10 anos, emitidos por emissores de alta qualidade de crédito (US Investment Grade). Um exemplo a ser observado é a CVS Pharmacy.

Sobre a CVS Pharmacy

A CVS Pharmacy, Inc. é uma empresa de varejo americana focada em produtos farmacêuticos. É a maior cadeia de farmácias dos Estados Unidos, tanto por número de lojas como por receita.

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  Isento de imposto sobre sucessão americano;
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