A taxa básica de juros (Selic) atingiu o percentual de 12,75% ao ano e este cenário contribuiu para popularizar o investimento em renda fixa – afinal, por que correr riscos se, com muito mais segurança do que na renda variável, você já pode ter 1% de rendimento ao mês?
De acordo com relatório publicado nesta sexta-feira (13) pela Brasil Bolsa Balcão – B3 (B3SA3), o número de investidores em renda fixa cresceu 17% na comparação entre o primeiro trimestre de 2021 e o mesmo período de 2022.
Também houve expansão no volume dos investimentos, que é o valor em custódia. A bolsa de valores do Brasil apurou o montante de R$ 1,182 trilhão em renda fixa, que representa um salto de 38% nesses produtos durante o período.
- Qual a melhor renda fixa? Descubra qual atende suas expectativas e perfil e compare em nosso simulador de renda fixa!
Renda fixa x renda variável
Nos últimos 12 meses, houve um aumento de 1,3 milhão de investidores pessoa física no mercado de capitais (renda fixa e variável). No total, são 4,3 milhões de investidores que investem um total de R$ 524 bilhões no mercado brasileiro.
No universo da renda variável, o número de investidores deu um salto de mais de 40% entre abril de 2021 e março deste ano. A quantidade de CPFs cresceu 44% (com a entrada de 1,3 milhão de novos investidores, totalizando 4,3 milhões), e a quantidade de contas de pessoas físicas subiu 41%, pois uma mesma pessoa pode ter conta em mais de uma corretora.

Evolução de pessoas físicas na B3. Fonte: B3
Evolução de investidores renda fixa ou variável. Fonte: B3
Destaques da renda fixa
Entre os meses de abril de 2021 e março de 2022, o número de investidores que investiram no Tesouro Direto cresceu 28%, subindo de 1,5 milhão para 1,9 milhão de CPFs.
Também foi registrada expansão de 27% no valor de custódia, cujos valores aumentaram de R$ 65,4 bilhões para R$ 83,2 bilhões. Apesar do cenário positivo, a B3 informou queda de 13% no saldo mediano, que corresponde a R$ 2.300.

Evolução dos investidores em Tesouro Direto. Reprodução/B3
Vale destacar o crescimento do investimento em LFTs (Letras Financeiras do Tesouro, também conhecidas como Tesouro Selic), que são papéis indexados à taxa básica de juros.
No primeiro trimestre de 2022, 30% dos investimentos no Tesouro Direto foram destinados às LFTs, atingindo o mesmo patamar de 2019, antes da pandemia de Covid-19.

Títulos do Tesouro mais procurados. Reprodução/B3
Os Certificados de Depósitos Bancários (CDBs) computaram bons números entre os meses de dezembro de 2020 e março de 2022. Ao todo, foram contabilizados 7,3 milhões de investidores, o que representa um aumento de 20% no número de pessoas. O volume investido foi de R$ 513,8 bilhões, cerca de 16,6% de alta.

Cresce procura por CDBs. Fonte: B3
- Leia também: R$ 10 mil na poupança ou no CDB. Onde rende mais?
Mais renda fixa: debêntures
A B3 também analisou as aplicações em debêntures, as quais apresentaram bons números e altas taxas de 54% e 65% respectivamente, em número de investidores e posição total.

Evolução de investidores em debêntures. Reprodução/B3
LCAs têm destaque: 111% de crescimento em número de investidores
Os Certificados de Recebíveis Imobiliários (CRIs) anotaram expansão de 65% e 54%, enquanto os Certificados de Recebíveis do Agronegócio (CRAs) contabilizaram novos investidores, o que representou o acréscimo de 82% em sua base de CPFs.
Os maiores números apurados estão relacionados às Letras de Crédito do Agronegócio (LCAs), que anotaram um alto crescimento na base de novos investidores, com o percentual de 111%. A B3 também realçou o volume investido, onde a modalidade computou o percentual de 104%.
As Letras de Crédito Imobiliário (LCIs) tiveram 39% a mais de investidores e 37% a mais de capital investido.

Crescimento do investimento em LCA. Reprodução/B3
Efeito Selic na renda variável
O relatório apresentou uma nova tendência no mercado financeiro, a busca por uma maior diversificação na carteira de aplicações.
No universo da renda variável, o número de investidores deu um salto de mais de 40% entre abril de 2021 e março deste ano.
A quantidade de CPFs cresceu 44% (com a entrada de 1,3 milhão de novos investidores, totalizando 4,3 milhões), e a quantidade de contas de pessoas físicas subiu 41%, pois uma mesma pessoa pode ter conta em mais de uma corretora.
Boa parte desse resultado se deve ao crescimento de BDRs (Brazilian Depositary Receipts) e ETFs (Exhcnage Traded Funds).
“A B3 recebeu, em 12 meses, 1,2 milhão de novos investidores em BDRs, que são recibos de ações de empresas estrangeiras que podem ser adquiridos no Brasil. Isso representou um salto de 532% na quantidade de investidores do produto, que agora contabiliza 1,4 milhão de CPFs”, informou o relatório.
O valor em custódia também subiu de 76% para R$ 7,6 bilhões e o saldo mediano investidos em BDRs anotou queda de R$ 1.893 para R$ 95.
“O avanço dos BDRs é parte de uma tendência de diversificação internacional do investidor de renda variável, que também se reflete nos ETFs, fundos de investimento cujas carteiras espelham a composição de algum índice de referência. Esses fundos registraram alta de 78% em 12 meses, atingindo 529 mil CPFs, com aumento de 32% no valor custodiado (R$ 10,4 bilhões)”, finalizou o relatório.
O crescimento de investidores pessoa física em ETFs foi de 78% nos últimos 12 meses.
O número de investidores em ações cresceu 19%, passando de 2,6 milhões para 3,1 milhões de CPFs. Em paralelo, houve queda no saldo mediano em custódia, de R$ 7 mil para R$ 4 mil.
Já nos FIIs, a quantidade de CPFs registrou elevação de 24%, de 1,3 milhão para 1,6 milhão de pessoas, e o valor em custódia cresceu 13%, para R$ 133 bilhões. As pessoas físicas respondem por 74% do volume investido.
(Com edição de Cláudia Zucare Boscoli)
- Quer saber mais sobre investidores em renda fixa e opções de investimento? Então preencha este formulário que um assessor da EQI Investimentos entrará em contato para apresentar as aplicações disponíveis!