O Índice Geral de Preços – Mercado (IGP-M) subiu 1,74% em março, ante 1,83% no mês anterior. Com este resultado o índice acumula alta de 5,49% no ano e de 14,77% em 12 meses. Em março de 2021, o índice havia subido 2,94% e acumulava alta de 31,10% nos 12 meses anteriores.
O anúncio foi feito na manhã desta quarta-feira (30) pelo Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getúlio Vargas (FGV Ibre). Segundo a entidade, o índice foi puxado pela alta dos combustíveis, anunciada no dia 11, logo após o início da invasão a Rússia à Ucrânia.
“Nesta apuração, os combustíveis começaram a influenciar os resultados da inflação ao produtor e ao consumidor. O preço do diesel avançou para 8,89% ao produtor, e o da gasolina subiu 1,36% ao consumidor. Os preços do trigo (de 1,69% para 4,90%), da farinha de trigo (de 2,68% para 6,25%) e dos pães e bolos industrializados (de 1,11% para 1,20%) também começaram a registrar aceleração no índice ao produtor”, afirma André Braz, coordenador dos Índices de Preços do FGV Ibre.
Alimentos processador influenciam produtor
O Índice de Preços ao Produtor Amplo (IPA) subiu 2,07% em março, ante 2,36% em fevereiro. Na análise por estágios de processamento, a taxa do grupo Bens Finais variou 2,75% em março. No mês anterior, a taxa do grupo havia sido de 1,21%.
A principal contribuição para este resultado partiu do subgrupo alimentos processados, cuja taxa passou de -0,08% para 2,49%, no mesmo período. O índice relativo a Bens Finais (ex), que exclui os subgrupos alimentos in natura e combustíveis para o consumo, variou 1,56% em março, ante 0,69% no mês anterior.
A taxa do grupo Bens Intermediários passou de 1,50% em fevereiro para 2,06% em março. O principal responsável por este movimento foi o subgrupo combustíveis e lubrificantes para a produção, cujo percentual passou de 5,40% para 8,02%. O índice de Bens Intermediários (ex), obtido após a exclusão do subgrupo combustíveis e lubrificantes para a produção, subiu 1,02% em março, após variar 0,85% em fevereiro.
Matérias-Primas
O estágio das Matérias-Primas Brutas registrou alta de 1,53% em março, contra 4,16% em fevereiro. Contribuíram para o recuo da taxa do grupo os seguintes itens: minério de ferro (5,49% para -1,21%), milho em grão (7,92% para 2,48%) e café em grão (2,26% para -6,65%).
Em sentido oposto, destacam-se os itens suínos (-11,06% para 10,05%), leite in natura (-0,65% para 3,30%) e arroz em casca (2,10% para 10,60%).
IPC também em alta
A pressão da inflação se mostrou também no Índice de Preços ao Consumidor (IPC), que variou 0,86% em março, ante 0,33% em fevereiro. Sete das oito classes de despesa componentes do índice registraram acréscimo em suas taxas de variação. A principal contribuição partiu do grupo Transportes (0,26% para 1,15%). Nesta classe de despesa, vale citar o comportamento do item gasolina, cuja taxa passou de -0,89% em fevereiro para 1,36% em março.
Também apresentaram acréscimo em suas taxas de variação os grupos Alimentação (1,08% para 1,73%), Habitação (0,13% para 0,75%), Educação, Leitura e Recreação (-0,10% para 0,44%), Vestuário (0,20% para 0,91%), Saúde e Cuidados Pessoais (0,05% para 0,17%) e Despesas Diversas (0,16% para 0,26%).
Nestas classes de despesa, vale mencionar os seguintes itens: hortaliças e legumes (7,76% para 13,77%), tarifa de eletricidade residencial (-1,10% para 0,67%), passagem aérea (-7,43% para 1,73%), roupas (0,32% para 0,92%), medicamentos em geral (0,07% para 0,26%) e serviços bancários (0,10% para 0,20%).
Em contrapartida, o grupo Comunicação (0,38% para -0,12%) registrou decréscimo em sua taxa de variação. Nesta classe de despesa, o destaque partiu do item combo de telefonia, internet e TV por assinatura (0,59% para -0,10%).
Análise BTG
Para o curto prazo, o BTG Pactual (BPAC11) observa uma piora do balanço de riscos para a inflação ao produtor. Segundo o banco, A elevada incerteza que persiste no cenário internacional pressiona o preço das commodities e deve manter o IGP-M em patamar elevado.
Como vetor positivo, observamos um alívio no impacto devido a apreciação do Real. Contudo, diante da proximidade do período eleitoral, a perspectiva de um maior aperto monetário norte-americano e o cenário global incerto, permanecemos atentos a futuras depreciações do Real que possam contribuir com a aceleração do índice.
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