O Índice de Confiança do Consumidor (ICC) avançou 3,8 pontos em abril, para 78,6 pontos, o maior nível desde agosto de 2021 (81,8 pontos). Em médias móveis trimestrais, o índice variou 1,5 ponto, para 77,1 pontos. Os dados foram divulgados nesta segunda-feira (25) pelo Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getúlio Vargas (FGV-Ibre).
A alta foi influenciada tanto pela melhora das avaliações sobre a situação atual quanto das expectativas para os próximos meses. O Índice de Situação Atual (ISA) subiu 3,8 pontos, para 69,1 pontos; o Índice de Expectativas (IE) avançou 3,6 pontos, para 86,1 pontos. Ambos alcançaram os melhores resultados desde agosto de 2021 (69,8 e 90,9 pontos, respectivamente).
Nas avaliações sobre o momento, o destaque foi a melhora das avaliações dos consumidores com relação à situação financeira das famílias, cujo indicador subiu 5,5 pontos, para 62,4 pontos, maior nível desde outubro de 2021 (63,8 pontos). Houve melhora também da percepção sobre o estado geral da economia brasileira. Neste caso, o indicador cresceu 2,0 pontos, para 76,4 pontos.
Expectativas otimistas
Entre os quesitos que compõem o ICC, o indicador que mede a perspectiva sobre a situação econômica geral nos próximos meses foi o que mais influenciou a alta da confiança no mês ao variar 8,3 pontos, para 101,6 pontos.
Pelo terceiro mês, houve melhora das expectativas para as finanças familiares, com alta de 1,2 ponto no indicador, para 90,9 pontos.
O resultado positivo das perspectivas sobre economia e finanças familiares, no entanto, ainda não se traduz em intenção de compras de bens duráveis, índice que segue fraco e com tendência indefinida. O indicador relacionado a este tema acomodou na margem ao variar 0,9 ponto, para 67,7 pontos.
Confiança do consumidor mais pobre em alta
A alta mais forte do índice de confiança ocorreu entre consumidores do nível mais baixo de renda, o das famílias com poder aquisitivo até R$ 2.100,00 mensais, cujo ICC subiu 7,2 pontos, para 76,2 pontos, maior valor desde março de 2020 (82,5 pontos).
Como se vê na tabela abaixo, das quatro divisões de renda, apenas o grupo com faixa de ganhos entre R$ 2.100,01 e R$ 4.800,00 teve queda no índice de confiança, de 0,9 pontos.
Análise da especialista
Para Viviane Seda Bittencourt, coordenadora das Sondagens do Índice de Confiança do Consumidor, os resultados se explicam pela menor sensação de risco em relação à pandemia de covid-19 e por ações do setor público para tentar acelerar o cenário macroeconômico:
“Os resultados positivos deste mês parecem estar relacionados ao fim do surto da variante Ômicron e ao anúncio de um pacote de medidas para aliviar a pressão da inflação e dos juros sobre as finanças familiares mediante a liberação de saques do FGTS, antecipação de 13º salário de aposentados e facilitação de acesso ao crédito. Houve diminuição do pessimismo com relação ao mercado de trabalho, mas a inflação e os juros elevados ainda preocupem as famílias, que continuam cautelosas com relação à realização de compras de alto valor.”
Como é feito o cálculo do ICC
A Sondagem de Expectativas do Consumidor é uma pesquisa mensal que tenta captar o sentimento da população em relação à situação geral da economia e de suas finanças pessoais. Trata-se de um índice importante porque reflete a perspectiva de gasto das famílias e, por isso, antecipa e reflete tendências de crescimento ou estagnação na economia.
O acompanhamento do sentimento do consumidor tem como objetivo sinalizar as suas decisões de gastos e poupança futuras. A coleta de dados envolve uma rede de mais de dois mil informantes em sete capitais brasileiras: Belo Horizonte, Brasília, Porto Alegre, Recife, Salvador, Rio de Janeiro e São Paulo.
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