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Governo lança programa de fertilizantes para diminuir dependência do Leste Europeu

Governo lança programa de fertilizantes para diminuir dependência do Leste Europeu

Diante do problema de importação dos fertilizantes provocado pela Guerra na Ucrânia, visto que a Rússia é o maior exportador do produto para o Brasil, o governo federal lançou o Plano Nacional de Fertilizantes. O objetivo do programa é diminuir a dependência brasileira de insumos externos, que chega até 85%. 

Apesar da iniciativa, essa não é a primeira vez que governo trata de uma medida semelhante. Já existiram três programas semelhantes nas décadas de 1970, 1980 e 2010. 

Em uma reportagem do jornal Valor Econômico, um executivo do setor agrícola afirmou que o plano é um mapeamento moderno sobre os fertilizantes. Porém, ele ressalta que não há milagre que possa ser feito e que é preciso verificar se a exploração é viável.

Embora o Brasil tenha minerais para a produção, especialistas da área entendem que há questões sensíveis para serem observadas, como a qualidade e a localização das minas, além da disponibilidade de gás natural, matéria-prima necessária para os fertilizantes nitrogenados. Além disso, há a questão tributária. 

Confira os principais trechos sobre o Plano Nacional de Fertilizantes

De acordo com o documento do Plano Nacional de Fertilizantes, a função do projeto é aumentar a produção nacional para garantir a segurança alimentar do país. Ele será baseado em um conjunto de metas e ações pensadas para ficar de olho em 2050. 

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Com o plano, o Brasil ficaria menos exposto às altas de preços internacionais, que poderiam reduzir o impacto de tremores externos na inflação de alimentos.

Executivos do agronegócio estão preocupados com a viabilidade do negócio, ainda que o Brasil tenha recursos naturais para ampliar a capacidade produtiva. Contudo, a principal questão é a qualidade e a localização das jazidas, visto que há fator importante pela presença de comunidades no entorno – a exemplo dos indígenas nas proximidades do potássio de Autazes (AM). A Potássio do Brasil, que tem investimentos canadenses, aguarda a liberação de licenciamento ambiental até conclusão da consulta ao povo Mura.

Além disso, a disponibilidade de gás natural – matéria-prima dos nitrogenados – é um dos desafios para conseguir tal produto. 

Apesar da iniciativa ser de origem pública, todo o investimento será privado, como destaca a ministra da Agricultura, Tereza Cristina. Inclusive, o texto do PNF diz que o objetivo é minimizar as compras externas a ponto de “depender 51% de nitrogênio, 5% do fósforo e ser um dos grandes players globais de potássio”.

Vale lembrar que as maiores dependências são de potássio e nitrogenados – acima dos 96%. Em potássio, as principais reservas nacionais estão em Sergipe e no  Amazonas, e correspondem a apenas 3% dos estoques mundiais. Entre as metas estipuladas está elevar a capacidade instalada de óxido de potássio a 6 milhões de toneladas até 2050.