O mercado de FIDCs – os Fundos de Investimento em Direitos Creditórios – ultrapassou a barreira de 3 mil fundos ativos no país em novembro. Segundo levantamento do Martinelli Advogados, o número chegou a 3.030 fundos, representando um aumento de 33% em relação ao mesmo período de 2023. Com isso, o patrimônio líquido dos FIDCs alcançou R$ 693,7 bilhões, um crescimento de 56% no comparativo anual.
O crescimento acelerado é atribuído a uma combinação de regulação clara e avanços tecnológicos. “Essa evolução, evidenciada pela quebra da barreira dos 3 mil fundos, demonstra robustez e expansão acelerada deste mercado, que se consolida como uma das principais ferramentas para o financiamento e estruturação de crédito no País”, avalia Walter H. Fritzke, economista e Head de Mercado de Capitais do Martinelli Advogados.
Mercado de FIDCs: setores em destaque
De acordo com o levantamento, os FIDCs dos setores industrial, de serviços e financeiro lideraram o crescimento. O setor industrial apresentou alta de 92%, com patrimônio líquido de R$ 82 bilhões. Já o setor de serviços teve aumento de 59%, alcançando R$ 36,9 bilhões. O setor financeiro continua na liderança, com R$ 158 bilhões de patrimônio líquido e crescimento anual de 35%.
A entrada em vigor da norma CVM 175/2023, em outubro de 2023, foi um divisor de águas para o setor. A regulamentação trouxe maior transparência, segurança jurídica e padronização de práticas de mercado, simplificando processos e reduzindo custos para emissores e investidores.
“A CVM 175 modernizou o arcabouço regulatório, criando um ambiente mais seguro e eficiente para operações de crédito estruturado. Isso tem sido essencial para atrair novos participantes ao mercado”, destacou Fritzke.
O que são os FIDCs?
Os FIDCs configuram uma modalidade de investimento que pertence à renda fixa. O produto consiste em fundos formados por títulos negociáveis com os valores que as empresas têm a receber, que podem ser cheques pré-datados, parcelas de cartões de crédito, aluguéis ou duplicatas.
O FIDC é uma alternativa ao crédito tradicional, comumente oferecido pelos grandes bancos, e proporciona capital de giro imediato para as empresas financiarem suas operações.
Há uma diferença entre as cotas do fundo: a sênior tem um menor risco atrelado, com preferência de pagamentos e resgates; já a subordinada, seja mezanino ou júnior, absorve a inadimplência, portanto é a primeira afetada em casos de calote – mas também tem rendimentos maiores.
A cota subordinada tem risco maior, uma vez que funciona como uma espécie de garantia dada por quem está cedendo o crédito. Essa cota tende a ter um retorno mais vantajoso.
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