17 Mai 2022 às 12:56 · Última atualização: 24 Jun 2022 · 3 min leitura
17 Mai 2022 às 12:56 · 3 min leitura
Última atualização: 24 Jun 2022
Pierre Blaché/Pixabay
As vendas no varejo nos Estados Unidos tiveram alta de 0,9% no mês de abril em relação ao mês de março, atingindo o valor de US$ 677,7 bilhões. O índice, divulgado nesta terça-feira (17) pelo US Census Bureau, ficou um pouco abaixo das expectativas do mercado financeiro – a Bloomberg estimava 1% de crescimento em sua sondagem com analistas.
Os números, porém, partiram de uma base mais alta, já que o órgão revisou o índice de março de 0,5% para 1,4%, após ajustes sazonais. As vendas de março, antes estimadas em US$ 665,7 bilhões, na verdade chegaram a US$ 671,6 bilhões.
Esse números se referem à atividade econômica de venda direta ao consumidor, incluindo alimentos. O US Census Bureau registrou alta em todos os subgrupos de atividade.
O valor das vendas em abril foi 8,2% maior que no mesmo mês de 2021. Na soma dos últimos três meses, o total acumulado supera o ano passado em 10,8%, confirmando um cenário de economia acelerada, mas, ao mesmo tempo, que sofre com a pressão da inflação.
Prova disso está na diferença das vendas de postos de gasolina, que estão 36,9% mais altas que em abril de 2021, enquanto restaurantes e outros lugares que vendem comida e bebida tiveram aumento de 19,8%. O único grupo com recuo nas vendas em relação ao ano passado é o de eletrônicos, com queda de 1,4%.
No mês de abril, o setor varejista dos EUA apresentou alta de 0,9%, registrando leituras positivas nos quatro primeiros meses do ano e deixando um carrego e 2,4% para o 2T22, após avançar 3,4% no 1T22 (revisado de 4,2%).
No sentido oposto dos últimos dois meses, os preços da gasolina na bomba recuaram, implicando em uma queda no segmento de -2,7%, porém registrando revisão altista no mês anterior de 8,9% para 9,6%.
A venda de veículos mostrou recuperação em abril, avançando 2,2% após uma queda de -1,6% em março, com uma leve melhora no fornecimento de matérias-primas. Além disso, destaque para o avanço de Restaurantes e Bares (2,0%), registrando o terceiro mês consecutivo de alta, com alta de 19,8% na comparação anual, reforçando o diagnóstico de atividade forte para o setor de Serviços.
Vale ressaltar que a leitura levemente abaixo do esperado no headline em abril reflete a revisão da leitura de março, de 0,5% para 1,4% para o Varejo total (ou seja, base mais alta). Para o Grupo de Controle a revisão foi mais forte, de -0,1% para 1,1%.
Nesse sentido, os analistas observam a manutenção de um consumo elevado, mas é importante lembrar que os resultados ajustados pela inflação mostram aceleração mais branda. Ainda assim, pode-se ver um início de um 2T22 de consumo varejista forte.
Para os próximos meses, os analistas mantém uma visão mais cautelosa com o varejo diante da acomodação do consumo das famílias em meio a cenário mais adverso. Contudo, as expectativas para Serviços e Bens Essenciais seguem positivas. A inflação deve seguir impactando a renda real disponível, dificultando a diversificação do consumo, além de um nível de poupança normalizado e o fim dos auxílios de 2021.
A confiança continua sendo afetada negativamente pelo ambiente inflacionário e deve produzir uma desaceleração do consumo, mesmo com um cenário positivo no mercado de trabalho. Dada a alta base de comparação nos últimos meses, espera-se uma acomodação no mês de maio. A despeito da desaceleração esperada no segmento, o carrego para 2022 encontra-se em 8,8%, ante avanço de 19,7% em 2021.